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Celso Nascimento

Polícia extingue distritos

Os 13 distritos policiais de que Curitiba dispõe serão reduzidos a apenas cinco. Essa medida está para acontecer já nos próximos dias e pelo menos três motivos levam a Secretaria de Segurança Pública e a direção-geral da Polícia Civil a adotá-la.

O primeiro deles é economizar a grana que anda escassa e insuficiente até para pagar o aluguel de prédios onde funcionam alguns dos atuais distritos, sem falar do custeio que cada um deles exige (contas de luz, água, material de expediente, servidores etc.). A ordem é cortar despesa.

Outro motivo é que as carceragens que funcionavam nos distritos estão praticamente destruídas e irrecuperáveis. É impossível manter presos em suas celas. Aliás, em vários dos distritos, até por imposição do Ministério Público e da Justiça, os xadrezes já tinham sido desativados.

O terceiro motivo, segundo os gestores da Polícia Civil, é racionalizar e dar melhores condições de trabalho aos cinco distritos que restarão. Todos eles serão instalados em prédios próprios do estado (para evitar o pagamento de locações) e, ao mesmo tempo, concentrar neles os delegados, investigadores, escrivães, servidores administrativos, viaturas e equipamentos hoje dispersos em 13 diferentes lugares de Curitiba.

Os presos remanescentes nas celas de alguns destes distritos serão transferidos para o complexo de Piraquara, onde, após reformas, novas vagas foram criadas. Um mutirão entre as secretarias da Segurança e da Justiça (esta última responsável pelo sistema prisional) vai tratar, nos próximos dias, de fazer a triagem dos detentos. Presos sobre os quais pesarem condenações serão imediatamente transferidos; sobre os demais ainda não se sabe exatamente que destino terão.

Entre alguns delegados reina otimismo: se livrarão de manter investigadores vigiando presos e os deslocarão para cumprir, em tempo integral, a função de investigar crimes.

Mas há também delegados que desconfiam da eficácia da medida. Segundo explicam, Curitiba está hoje dividida em 13 distritos, cada um deles atendendo, em média, 150 mil habitantes. Com a redução para cinco, a cada distrito caberia atender população de 400 mil pessoas, acrescentando-se a este problema a distribuição geográfica das delegacias, que, logicamente, ficarão mais distantes dos bairros.

Na opinião deles, embora compreendam que a extinção de oito distritos guarde lógica com o difícil contexto das finanças do estado, consideram que a prioridade está sendo violada e a segurança tende a piorar. Mais producente seria aparelhar melhor os atuais distritos e mantê-los próximos da população.

Não deixam de ter lá suas razões. Na opinião deles, extinguir distritos não vai resolver problemas como a falta de combustível para as viaturas e nem tirar dezenas delas de oficinas que não as consertam porque o governo não lhes paga pelo serviço.

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