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Olho Vivo

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Os consórcios que operam o transporte coletivo de Curitiba e região metropolitana não haviam protocolado, até ontem à tarde, o pedido de reajuste da tarifa técnica após a definição do aumento de 9,28% dos salários de motoristas e cobradores. Na prefeitura, a expectativa é de que os empresários insistam nos R$ 3,40 que já haviam anunciado extraoficialmente.

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Enquanto o prefeito Gustavo Fruet mantém o problema em banho-maria e não pensa em subir a passagem para o usuário nos próximos dias, a Urbs faz simulações no mínimo preocupantes. Em razão do aumento concedido aos empregados, a tarifa técnica de Curitiba chegaria a R$ 2,95, mas a das linhas metropolitanas ficaria em R$ 4,10. Na média ponderada, a tarifa técnica da Rede Integrada seria R$ 3,20. É para quanto deveria subir também a passagem para todos os usuários para que nenhum governo (estadual ou municipal) precisasse pagar subsídio.

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Subir a passagem para R$ 3,20, no entanto, é impensável – a menos que se queira ver multidões protestando nas ruas. Logo, o subsídio inevitavelmente virá. A questão é: de quanto será? Os R$ 5 milhões por mês oferecidos por Beto Richa são insuficientes; seriam necessários, no mínimo R$ 7,5 milhões mensais.

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Fruet teria cartas na manga que não revela para ninguém para manter a passagem em R$ 2,70. Uma destas cartas, supõe-se, seria acatar a decisão do Tribunal de Contas que manda excluir da planilha alguns itens, dentre os quais o Imposto de Renda que as empresas recolhem mas não pagam. Outra seria envolver os 13 prefeitos vizinhos para exigir que o estado subsidie sozinho as linhas metropolitanas.

Os 13 distritos policiais de que Curitiba dispõe serão reduzidos a apenas cinco. Essa medida está para acontecer já nos próximos dias e pelo menos três motivos levam a Secretaria de Segurança Pública e a direção-geral da Polícia Civil a adotá-la.

O primeiro deles é economizar a grana que anda escassa e insuficiente até para pagar o aluguel de prédios onde funcionam alguns dos atuais distritos, sem falar do custeio que cada um deles exige (contas de luz, água, material de expediente, servidores etc.). A ordem é cortar despesa.

Outro motivo é que as carceragens que funcionavam nos distritos estão praticamente destruídas e irrecuperáveis. É impossível manter presos em suas celas. Aliás, em vários dos distritos, até por imposição do Ministério Público e da Justiça, os xadrezes já tinham sido desativados.

O terceiro motivo, segundo os gestores da Polícia Civil, é racionalizar e dar melhores condições de trabalho aos cinco distritos que restarão. Todos eles serão instalados em prédios próprios do estado (para evitar o pagamento de locações) e, ao mesmo tempo, concentrar neles os delegados, investigadores, escrivães, servidores administrativos, viaturas e equipamentos hoje dispersos em 13 diferentes lugares de Curitiba.

Os presos remanescentes nas celas de alguns destes distritos serão transferidos para o complexo de Piraquara, onde, após reformas, novas vagas foram criadas. Um mutirão entre as secretarias da Segurança e da Justiça (esta última responsável pelo sistema prisional) vai tratar, nos próximos dias, de fazer a triagem dos detentos. Presos sobre os quais pesarem condenações serão imediatamente transferidos; sobre os demais ainda não se sabe exatamente que destino terão.

Entre alguns delegados reina otimismo: se livrarão de manter investigadores vigiando presos e os deslocarão para cumprir, em tempo integral, a função de investigar crimes.

Mas há também delegados que desconfiam da eficácia da medida. Segundo explicam, Curitiba está hoje dividida em 13 distritos, cada um deles atendendo, em média, 150 mil habitantes. Com a redução para cinco, a cada distrito caberia atender população de 400 mil pessoas, acrescentando-se a este problema a distribuição geográfica das delegacias, que, logicamente, ficarão mais distantes dos bairros.

Na opinião deles, embora compreendam que a extinção de oito distritos guarde lógica com o difícil contexto das finanças do estado, consideram que a prioridade está sendo violada e a segurança tende a piorar. Mais producente seria aparelhar melhor os atuais distritos e mantê-los próximos da população.

Não deixam de ter lá suas razões. Na opinião deles, extinguir distritos não vai resolver problemas como a falta de combustível para as viaturas e nem tirar dezenas delas de oficinas que não as consertam porque o governo não lhes paga pelo serviço.

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