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Olho vivo

Nem tudo 1

A prefeitura de Curitiba pedia R$ 400 milhões de verbas do PAC para realizar obras de preparativo para a Copa do Mundo – fora os R$ 1,2 bilhão que requisitava para o metrô. Na reunião de ontem, em Brasília, com os ministros do Planejamento, Cidades e Esportes, o prefeito Beto Richa conseguiu R$ 152 milhões.

Nem tudo 2

Estão garantidas apenas as obras de melhoria das avenidas das Torres (aeroporto-rodoviária) e Cândido de Abreu. Mas conseguiu que o governo federal voltasse a ver com mais boa vontade um eventual financiamento para as obras do metrô. Que, aliás, já ficou um pouco mais caro: em vez de R$ 1,2 bilhão, já se admite que custará R$ 200 milhões a mais.

Saiu, afinal, a venda do Terminal Ponta do Félix, em Antonina. Confirma-se a informação antecipada por esta coluna quanto ao comprador – a empresa paranaense Equiplan/Fortesolo. Valor da operação: R$ 72 milhões. O negócio foi confirmado ontem à tarde por meio de um comunicado oficial do Previ – fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, sócio majoritário do empreendimento – publicado no site da Bovespa, a Bolsa de Valores de São Paulo.

A batida do martelo enfureceu o governador Roberto Requião que, ontem pela manhã, na "escolinha", acusou o presidente da Fundação Copel (outro fundo acionista do terminal), Edilson Bertoldo, de ser o responsável pelo fracasso do seu plano de reestatizar o porto. Na semana passada, Requião dera ordem à Appa para que comprasse a parte ofertada pelo Previ.

Tão enfurecido que sugeriu à Assembleia a criação de uma CPI para investigar a atuação de Bertoldo ao longo das negociações, que, segundo ele, ao agir supostamente como lobista de um outro grupo privado, a Standard Logística, teria precipitado a venda para a Equiplan. Requião chegou a pedir a ajuda da bancada de oposição para que a CPI fosse logo requerida e instalada.

A oposição achou muita graça no pedido do governador, porque faz tempo que a bancada recomenda investigar não somente a questão do Porto de Antonina, mas toda a desastrada gestão da Appa durante os sete anos que quase levou Paranaguá, o principal porto graneleiro do país, ao colapso. Mais "pé no chão", o líder situacionista, deputado Luiz Carlos Romanelli, percebeu que convocar uma CPI seria um "tiro no pé". E sugeriu, que as investigações se restrinjam à Comissão de Fiscalização, presidida e controlada pelo PMDB. No que foi apoiado pelo prudente e conciliador presidente da Assembleia, deputado Nelson Justus.

De fato, uma CPI poderia ser nitroglicerina, fazendo explodir os tantos casos estranhos que marcaram a administração de Eduardo Requião, irmão do governador, nos portos de Paranaguá e Antonina. Não valeria a pena ressuscitar problemas que hoje se encontram quase adormecidos, como os do terminal de álcool que não funciona, terminal de fertilizantes que está parado, a estranha compra da draga tendo como intermediária uma empresa que já deu prejuízos ao estado, dragagem que não foi feita a tempo e reduziu a movimentação – e assim por diante. Melhor não fazer muito barulho.

Tá dentro, tá fora!

Incansável e rápido no gatilho, o advogado José Cid Campêlo não dá descanso: os irmãos Roberto e Maurício comemoravam ontem à noite o retorno deste último à cadeira de conselheiro do Tribunal de Contas quando foram surpreendidos pela notícia de que Cid havia obtido no STF outra medida impedindo a volta. Agora de maneira ainda mais drástica: Maurício terá de ficar em casa até o trânsito em julgado da questão – o que pode levar anos.

Ontem, o presidente do Tribunal de Contas, Hermas Brandão, com base em liminar do ministro do STF Ricardo Lewandowski, e numa decisão do juiz Douglas Marcel Peres, juiz substituto da 4.ª Vara da Fazenda Pública, havia marcado já para esta quinta-feira a "re-posse" de Maurício.

A alegria, no entanto, durou muito pouco: o mesmo Le­­wandowski acatou os argumentos da Reclamação 9.375, impetrada por Cid na manhã de ontem, e determinou a sustação "de imediato, dos efeitos da nomeação de Maurício Requião de Mello e Silva para o cargo de Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Paraná até o julgamento final da Ação Popular n.º 52.203/08", de autoria do advogado Rodrigo Sade, sócio do escritório de Cid.

Na manhã de ontem, o próprio Rodrigo Sade já estava em Brasília para protocolar a reclamação contra a decisão do juiz da 4.ª Vara – que já se esperava favorável a Maurício – assim que ela fosse conhecida. A estratégia de antecipação deu resultado: a decisão saiu em Curitiba e o recurso contra ela deu entrada minutos depois em Brasília. Mais um tempinho e Lewandowski deu a decisão fatal.

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