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Olho vivo

Senado 1

Enquanto isso, na esteira dos acontecimentos, o presidente do PSDB estadual, deputado Valdir Rossoni, reunia a bancada do partido, ontem, para tomar outra decisão importante: o lançamento do deputado Gustavo Fruet, o mais votado dos tucanos (200 mil votos) como candidato ao Senado. Gustavo seria candidato a vice-governador se tivesse prevalecido a tendência de confirmar Osmar como candidato da frente da qual fazia parte o PSDB.

Senado 2

Fruet aceitou a mudança de planos e está entusiasmado com a alternativa do Senado. Pesquisas muito recentes o animam. Elas mostram que o desgaste dos políticos tradicionais tende a se tornar maior à medida que a eleição se aproximar. Isto não só é ruim, por exemplo, para Requião (até agora candidato favorito), como é bom para os políticos que, como ele, representam a renovação. É o que explica, conforme reconhece, o bom desempenho de Gleisi Hoffmann, do PT, nas últimas pesquisas.

Senado 3

Os deputados estaduais tucanos comprometeram-se a apoiar Gustavo Fruet – o que, porém, pode não significar muita coisa. Dos sete parlamentares da sigla, cinco obedecem à ordens de Requião e desobedecem às do partido. Não faz muito tempo, para vingar as ofensas que Requião desferiu contra Beto Richa, prometeram virar oposição, mas foram reprovados já no primeiro teste. Será diferente agora?

O prefeito Beto Richa rumou ontem à tarde para São Paulo, onde mora o governador José Serra. O pretexto anunciado para a repentina viagem, que não constava da agenda, foi o de que precisava conceder entrevista a uma emissora de televisão paulistana cujo Ibope ronda a casa dos 5%. Melhor mesmo é conversar com quem conta com quase 40% nas pesquisas eleitorais para a Presidência da República – no caso o próprio Serra, que já estava ali pertinho.

Foi o que o prefeito teria feito ontem à noite. Há controvérsias quanto a quem coube a iniciativa do encontro – se foi do próprio Richa ou se foi decorrente de um convite do governador-candidato. De qualquer forma, o assunto seria um só: o exame dos fatos políticos que se precipitaram no Paraná desde a semana passada a partir da confirmação de que o prefeito entrou na briga pela candidatura ao governo pelo PSDB.

Ao anúncio de Richa seguiu-se o do senador Osmar Dias (PDT) de que, já que o prefeito implodira a antiga aliança e retirara o apoio que lhe havia prometido, aceitava o convite de Lula para ser o candidato a governador em nome da frente nacional liderada pelo PT, que batalhará pela presidenciável Dilma Rousseff.

Serra tem um problema grave. Sabe que terá votação medíocre nas regiões Norte e Nordeste do país, os mais poderosos redutos de Lula e onde Dilma já está à sua frente nas pesquisas. Logo, precisa de votação maciça no Sul e Sudeste para compensar a diferença.

Este é o "x" da questão que provavelmente foi debatida ontem entre Serra e Richa. O novo quadro formado no Paraná ajuda ou prejudica esse projeto? O confronto entre Beto Richa e Osmar Dias soma votos para Serra ou divide o eleitorado entre ele e Dilma? Com Osmar do lado de lá, Richa fora da prefeitura e um vice do PSB no comando de Curitiba, a diferença entre Serra e Dilma será maior ou menor? Desconhecem-se as conclusões a que teriam chegado o governador e o prefeito.

O fato é que os últimos acontecimentos não foram ainda totalmente digeridos por quem participa direta ou indiretamente deles ou pode influenciar os rumos. O senador Alvaro Dias, por exemplo, ainda não conversou com o irmão Osmar sobre sua decisão de abraçar o PT. Marcaram encontro reservado para hoje, em Brasília.

Alvaro continua defendendo a ideia, acatada pelo presidente nacional do PSDB, senador Sér­­gio Guerra, de que o candidato a governador do Paraná seja escolhido com base em pesquisa, na qual seria avaliado também o nome de Osmar. Considera-se, no entanto, favorecido pelo novo quadro que se formou: pelo critério das pesquisas, nas últimas ele se apresenta melhor do que Beto Richa, com tendência a ampliar a vantagem com um concorrente a menos.

Enquanto isso, o PT continua à cata do PMDB paranaense para integrar a frente de apoio a Dilma e, indiretamente, ao candidato que Lula escolheu para representá-lo. Requião já se comprometeu com Dilma, mas prefere Orlando Pessuti a Osmar Dias. Entretanto, espalha que tem um segredo (que contou apenas a Lula) que só revelará em março do ano que vem. O que seria nem mesmo seus mais próximos conseguem imaginar.

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