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Se você notar que a calça do policial militar bate no meio da canela ou que a camisa que veste quase não lhe contém a barriga, não faça chacota do pobre miliciano: não foi ele que cresceu ou que engordou; a culpa é mesmo do uniforme que a PM lhe deu para usar.

Explicação? Simples: as fardas usadas pelos policiais são importadas da China e da Coréia com tamanhos e cortes incompatíveis com o biótipo dos brasileiros! Sem contar a qualidade sofrível dos tecidos e do acabamento. Nos últimos anos, teriam sido gastos R$ 20 milhões em compras de fardamento do tipo.

Esse dinheiro não é do governo – é dos policiais, que todos os meses têm descontado de seus salários um valor destinado à compra e reposição dos próprios uniformes. O dinheiro (calculado em R$ 8 milhões por ano) é repassado ao Conselho Econômico Administrativo da Polícia Militar – integrado por oficiais superiores –, que decide como comprar, de quem e quanto pagar pelos fardamentos. Não se sabe o grau de autonomia desse conselho em relação ao comando geral da corporação.

Não é de hoje que se registram problemas nessa área. Já houve aquele caso, famoso, de pagar R$ 300 mil adiantados para um comerciante grego que prometeu entregar jaquetas coreanas à PM. A grana foi embora, mas as jaquetas não chegaram até hoje.

Tão grave quanto é descontar dos soldos anos a fio e não comprar farda nenhuma. De 2001 a 2004, foram recolhidas, religiosamente e sem perdão, as contribuições dos soldados. Nesse período, no entanto, eles que tiveram de surrar as velhas, o que configuraria um caso de apropriação indébita.

O assunto foi parar na Justiça. A Associação de Defesa dos Direitos dos Policiais Militares (Amai) entrou com ação em 2005 – que tramita ainda da 4.ª Vara da Fazenda Pública – pedindo a restituição da grana, com juros e correção, a todos os milicianos que pagaram e não receberam a mercadoria, segundo conta o presidente da entidade, coronel Elizeu Furquim.

Enquanto isso, a Associação da Vila Militar, que montou uma confecção especialmente para fornecer uniformes à PM, está prestes a demitir os 200 funcionários que contratou. Resumo da história: importa-se farda asiática inadequada com dinheiro dos soldados, dá-se emprego a chineses e coreanos e desempregam-se brasileiros que fariam trabalho seguramente melhor.

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Litigância de má-fé

O deputado Dobrandino da Silva perdeu no TJ a sua última chance de manter o mandato. Agora, suas esperanças repousam em duvidoso recurso junto ao STJ.

Os sucessivos recursos que impetrou desde que foi cassado pela comarca de Foz do Iguaçu sob acusação de improbidade, mantêm-no sub judice na Assembléia há seis anos. Mas o último recurso, de tão descabido, não só foi negado como lhe valeu uma reprimenda do desembargador Ivan Bortoleto: "Seu proceder bem configura atos de deslealdade processual e litigância de má-fé, ficando desde logo advertido que a reiteração de tal conduta ensejará as penalidades processuais máximas cabíveis".

A eventualidade da cassação de Dobrandino acende a esperança de dois suplentes: a cantora Mara Lima (eleita vereadora de Curitiba) e Rafael Greca.

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Olho vivo

Mais iguais 1

Há um ano, desembargadores do Tribunal de Justiça desentenderam-se por causa do uso de carros oficiais, muitos dos quais com placas frias. Uns tinham direito a carro e motorista; a maioria não. Os que não tinham não queriam ter, mas exigiam que os que tinham deixassem de ter. Entenderam? Pois bem: descobre-se agora, durante a campanha para eleição da nova direção do TJ, que a situação não está de todo resolvida: cerca de 35 mais dos desembargadores mais antigos ainda mantêm o privilégio.

Mais iguais 2

Os carros – e respectivos motoristas – ficam estacionados na garagem, ociosos, à espera das ordens de seus "donos". Embora este não seja o principal mote da campanha que dividiu o TJ em duas chapas, a questão dos carros que só servem aos mais iguais também está sendo levada em conta na definição dos votos.

Conta de chegar

O DER descobriu que a F. Andreis, empresa concessionária do serviço de ferry-boats da travessia de Guaratuba, errou na aritmética para definição das tarifas. Mesmo assim, o DER não questiona os preços fixados e nem pergunta se são compatíveis com o volume real de tráfego que utiliza as embarcações. Simplesmente deu prazo de cinco dias para que a concessionária faça contas corretas para chegar à mesma tarifa. É o último passo para a renovação do contrato por mais dez anos entre o governo e a F.Andreis.

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