Tranqüilo com pesquisas, Scalco tem tempo para tratar de petróleo

• 0

O índice superior a 70% que três pesquisas sucessivas dão ao seu candidato tranqüiliza tanto o coordenador-geral da campanha de Beto Richa, o ex-ministro Euclides Scalco, que ele vem encontrando tempo para se preocupar com outro assunto que o apaixona: petróleo.

No meio da tarde de sexta-feira, Scalco enviou mensagem à direção nacional do PSDB para estranhar que o partido ainda não tenha se manifestado sobre a intenção de Lula de criar uma nova empresa só para cuidar as reservas petrolíferas encontradas nas profundas camadas de pré-sal.

Segundo Scaldo escreveu, "isto é um absurdo, uma violência contra o país". Lembrou que a proposta vem sendo alvo de críticas gerais na mídia nacional e pequenos acionistas da Petrobras ameaçam ir à Justiça para proteger seus direitos e interesses. Até mesmo o próprio presidente da Petrobras se manifestou contrário à idéia.

Com a autoridade de fundador do PSDB e ocupante de cargos de direção partidiária no passado, Scalco afirma que está na hora de o PSDB se manifestar publicamente contra a nova empresa, por entender que ela desmoraliza a imagem do país diante dos investidores internacionais e enfraquecerá o valor das ações da Petrobras nas Bolsas de Valores.

Ex-presidente por oito anos da Itaipu Binacional, Scalco complementa com a afirmação de que a proposta do governo é de criar "mais uma estatal somente para acomodar apaniguados do PT e de seus aliados", sem resultados práticos para o país.

A nova empresa pensada por Lula, inteiramente estatal, teria potencial para ser cinco vezes maior que a Petrobras. Atualmente, a companhia detém e explora reservas da ordem de 14 bilhões de barris – a 24ª maior do mundo. Mas descobriu que, a seis quilômetros abaixo do fundo do mar e abaixo da camada de pré-sal, existem outros 70 bilhões de barris a ser explorados – o que pode colocar o Brasil na oitava posição entre os maiores produtores mundiais de petróleo e gás.

Scalco lamenta que a história e a tecnologia de ponta desenvolvida pela Petrobras em seus 60 anos de existência corram o risco de ser desperdiçados em razão de uma visão política e estratégica equivocada.

Quase igual

Uma empresa de ônibus quer trabalhar no Paraná com tarifas 50% mais baixas. Mas – pasmem! – o DER não concede autorização, muito embora estejam vencidas há muito tempo as concessões dadas às atuais companhias que exploram o transporte intermunicipal de passageiros.

Ação

Por causa da negativa, a Associação de Defesa do Contribuinte (Aedec) acaba de impetrar ação civil pública contra o governador do estado e o diretor do DER, Rogério Tizzot. Esta ação complementa outra em que o Ministério Público exige a abertura de licitações, sob pena de multa diária de R$ 10 mil contra Requião.

A ação da Aedec se baseia em provas de que as tarifas atuais são exageradas – quase igual ao que faz o governo para afirmar que o pedágio está caro demais.