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O governador mineiro Aécio Neves voltou a reafirmar ontem que não cogita se candidatar a vice-presidente na chapa de José Serra. Quer mesmo é ser senador. Mas hoje, caravanas tucanas e de outros partidos da oposição baterão ponto em Belo Horizonte para a inauguração do novo centro administrativo do governo de Minas. Projetado por Oscar Niemeyer, levará o nome do avô de Aécio, o presidente Tancredo Neves.

Será a oportunidade para que o próprio Serra e seus aliados voltem a insistir para que Aécio mude de ideia e forme na "chapa puro-sangue" que uniria dois dos principais colégios eleitorais do país – São Paulo e Minas – para compensar o crescimento da petista Dilma Rousseff no resto do país. Prevê-se, porém, que, mineiramente, Aécio diga não outra vez, sem, contudo, fechar as portas para a possibilidade.

Pelo sim pelo não, porém, há cogitações sobre a vice correndo em outros círculos tucanos nacionais – que envolvem o Paraná. Difícil de acreditar nelas – mas, como dizia Ulysses Guimarães, em política até boi voa, isto é, tudo é possível. Registre-se, portanto, a especulação que chega de Brasília.

O rumor, segundo se informa, nasceu de alguns cenários que se combinam. O primeiro parte da premissa de que Aécio se manterá irredutível na negativa. O segundo, do fato de que, depois de Minas e Rio de Janeiro, o Paraná aparece praticamente empatado com o Rio Grande do Sul em tamanho de colégio eleitoral, fator importante para equilibrar a votação que Dilma fatalmente vai obter no Nordeste.

Como não há entre cariocas e gaúchos tucanos notáveis para ocupar a vice, a vaga pode sobrar para um paranaense. Último e importante cenário: é preciso distribuir as pedras no Paraná para o PSDB devolver a calma, a unidade e, com isso, retomar o controle da situação no estado – conturbada desde que Beto Richa rompeu a aliança com Osmar Dias e entrou em choque direto com Alvaro Dias.

Examinando esse conjunto de cenários, Sérgio Guerra e Tasso Jeressaiti, entre outros tucanos emplumados, estariam confabulando – ou viajando na maionese? – em torno da possibilidade de, num acordo com o PDT, de oferecer a vice ao senador Osmar Dias. Mas também pode-se adotar uma solução mais caseira do PSDB, colocando Alvaro Dias para ser o companheiro de chapa de José Serra. Ou – por que não? – o próprio Beto Richa?

Boi voa?

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Olho vivo

É o fim? 1

O PT perdeu a esperança de trazer o PMDB paranaense para a pretendida ampla frente partidária de apoio à presidenciável Dilma Rousseff no estado e, de lambuja, à candidatura de Osmar Dias. O confronto recheado de acusações de Requião contra o ministro Paulo Bernardo pôs fim – talvez definitivo – às tentativas de aproximação que, desde fevereiro do ano passado, o PT vinha costurando com o PMDB.

É o fim? 2

Diálogo encerrado, o PT estadual já teria feito o senador Osmar Dias sentir que, se quiser mesmo o PMDB de seu lado, terá de fazê-lo por seus próprios meios. Ou, então, assumir desde já a aliança com o PT sem outras condicionantes senão aquelas relativas ao programa de governo. Os dois partidos, PT e PDT, aliás, antes mesmo do rompimento com Requião, já vinham trabalhando uma carta para alinhavar compromissos mútuos. O PT agora tem pressa.

É o fim? 3

Amigo do governador Roberto Requião, o presidente estadual do PDT, deputado Augustinho Zucchi, ficou preocupado com a briga PT-PMDB-Requião. Acha que, agora, ficou mais difícil a formalização da aliança do PT com o PMDB, pois, segundo ele, uma das condições era exatamente a de que o PT atraísse o PMDB para o palanque de Osmar Dias. Como isso se tornou agora quase impossível, já não se sabe que futuro terá a projetada união.

Arsenal 1

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que, conforme noticiamos ontem, decidiu revolver os escombros que possivelmente escondem ilegalidades e superfaturamento na construção do edifício-anexo (o Otopalace), ainda não esgotou o arsenal de providências para clarear seu conhecimento sobre o que se passa entre quatro paredes no Tribunal de Justiça do Paraná.

Arsenal 2

Uma outra portaria do CNJ, endereçada ao presidente do TJ, desembargador Carlos Hoffmann, pede-lhe que reserve sala, computadores e funcionários para instalar uma comissão nomeada pelo Conselho para investigar outro rumoroso caso. Desta vez envolvendo as relações do TJ com uma poderosa instituição bancária.

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