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Nos corredores

Eleição e cargos

Recém-eleitos como membros da mesa diretora da Câmara dos Deputados, Alex Canziani (PTB) e Fernando Giacobo (PR) entraram para o clube de regalias da Casa. Cada um pode indicar até 33 funcionários não concursado com salários que chegam a até R$ 15 mil. Também passaram a ter direito a carro especial com motorista (o que não é concedido aos demais deputados).

Rossoni é 13

Ex-presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, o agora deputado federal Valdir Rossoni (PSDB) passou a ocupar na semana passada o gabinete 13 do quinto andar do anexo 4 da Câmara. "Avisa os eleitores que a escolha do número não foi minha", disse o tucano, referindo-se à legenda do PT.

Sessentão

Apesar da "má sorte" na escolha do número, Rossoni acabou se dando bem por causa da idade. Deputados acima de 60 anos têm prioridade na seleção dos gabinetes – e ele conseguiu escapar dos espaços menores do anexo 3. Ele herdou o espaço do também paranaense Nelson Padovani (PSC), que não se elegeu.

Você não deve se lembrar de uma grande mobilização de gente indo às casas de Dilma Rousseff (PT), Beto Richa (PSDB) e Gustavo Fruet (PDT) e pedindo, por favor, precisamos muito que vocês administrem nosso país/estado/município. Os três eram bem crescidinhos e sabiam exatamente onde estavam se metendo quando se candidataram. Conheciam os legados que teriam de gerir, os desafios que viriam pela frente.

A propaganda de Dilma e Richa ainda está viva na cabeça das pessoas. Se fosse para morar nos lugares que os marqueteiros de ambos esculpiram há menos de seis meses, estaríamos agora em uma terra de igualdade social nórdica, mas com o dinamismo do Vale do Silício. Pensando bem, o volume de impostos estaduais e federais vai rumando mesmo para padrões noruegueses – a diferença é que o serviço entregue à população continua daquele jeito.

Há colocações antológicas dos dois que foram fulminadas pela realidade. Dilma repetiu em debates que o PSDB plantava inflação para colher juros e, depois de vencer a eleição, a taxa Selic subiu de 9,5% para os atuais 12,25%. E, apesar da bordoada, a inflação de janeiro ficou no altíssimo patamar de 1,24%, o que indica uma curiosa safra concomitante de juros e alta de preços.

Richa ofereceu aos paranaenses um belo slogan: "o melhor está por vir". O que se soube logo depois da brilhante vitória eleitoral, em que o governador dizimou os oposicionistas Roberto Requião (PMDB) e Gleisi Hoffmann (PT), é que o melhor não era tão melhor assim. A realidade é que o governo do estado atravessa uma das maiores crises financeiras da história, sem condições de pagar em dia direitos básicos como o terço de férias do funcionalismo.

Eleito em 2012, Fruet tem a diferença de que era, na época, o candidato de oposição. Não pode ser responsabilizado por desenhar uma Curitiba maravilhosa (até porque ajudou a desconstruir a imagem do antecessor). Mas lá se foram dois anos de gestão e a impressão que fica é que o trabalho não engrena – vide a longa discussão que acabou com o aumento da tarifa de ônibus.

Nessa confusão toda, o curioso é o jogo de empurra para tentar mostrar que um está certo e outro está errado. Há um campeonato sobre qual dos pacotes de maldades patrocinados por Dilma, Richa e Fruet nos últimos meses é mais ou menos malvado. Para uns, tudo é culpa do PT e seus aliados, para outros, o PSDB está na raiz de todas as mazelas.

O vício nessa discussão entre anjos e demônios gerou um processo de distorção da realidade. As trapalhadas de Dilma em relação ao escândalo da Petrobras não são uma perseguição da mídia golpista. Assim como Richa não é apenas um coitadinho perseguido pelo governo federal e Fruet um prefeito que não consegue administrar por boicote estadual.

Se a amarga crise financeira atual pode servir para alguma coisa, que seja para refinar as cobranças. A cada um cabe a sua culpa pelo atual estado das coisas. Seria ainda mais pedagógico se a presidente, o governador e o prefeito a admitissem com clareza, zerassem a conta com os eleitores. Mas aí já é esperar demais.

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