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Nos corredores

Substituindo Ratinho

Substituto de Ratinho Júnior na Câmara dos Deputados desde que o candidato se licenciou para concorrer a prefeito de Curitiba, em agosto, o professor Sérgio de Oliveira (PSC) apresentou três proposições até a semana passada. Foram dois requerimentos para participar de eventos fora de Brasília e uma indicação, que sugere a duplicação da BR-469, na proximidade da fronteira com a Argentina.

Turismo e Desporto

As duas viagens solicitadas por Oliveira eram para representar a Comissão de Turismo e Desporto (CTD) da Câmara. Na primeira, para participar da inauguração do novo "Centro de Eventos do Ceará", em Fortaleza. Na segunda, para comparecer ao Prêmio Empresário Amigo do Esporte, no Clube Pinheiros, em São Paulo. Oliveira é suplente da CTD.

Ratinho Júnior (PSC) e Gustavo Fruet (PDT) desembarcam no segundo turno com uma coincidência curricular: zero de experiência no Poder Executivo. Para compará-los, será preciso voltar no tempo e olhar para Brasília. O auge da carreira política de ambos aconteceu na Câmara dos Deputados.

Fruet cumpriu quatro mandatos consecutivos na Casa (1999-2010), enquanto Ratinho Júnior está no segundo. Em uma análise justa, é preciso levar em consideração que o pedetista passou o dobro do tempo do adversário no Congresso. E avaliar todos os aspectos que diferenciam a performance parlamentar de cada um – a produção legislativa, as escolhas nas votações e o posicionamento nas questões políticas mais importantes para o país.

Antes de mais nada, vale ressaltar que ambos foram fenômenos eleitorais. Fruet foi o deputado federal mais votado do estado em 2006, enquanto Ratinho conseguiu o feito em 2010.

Os dois também se notabilizam como intensos elaboradores de projetos, mas há diferenças no aproveitamento prático das ideias de cada um.

Ao longo da trajetória como congressista, Fruet apresentou 38 proposições legislativas. Duas delas viraram leis – uma mudou o Código Eleitoral para determinar a obrigatoriedade da realização de depoimentos pessoais dos acusados em processos penais eleitorais e outra regulamenta o depósito legal de obras musicais na Biblioteca Nacional. Ratinho Júnior fez 49 propostas (11 já arquivadas), mas nenhuma foi transformada em lei.

Quando exerceram mandato ao mesmo tempo na Câmara (2007 a 2010), cada um foi para um lado nas votações mais polêmicas em plenário. Ratinho votou a favor da prorrogação da Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira (CPMF), em 2007, e não participou da votação sobre a criação da Contribuição Social para a Saúde (CSS), que ressuscitaria o imposto do cheque, em 2008.

Em 2009, Ratinho votou a favor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Vereadores, que criou cerca de novas 7 mil vagas para vereadores em todo Brasil. Na época, Fruet era filiado ao PSDB, principal partido de oposição ao governo Lula, e foi contra nos três casos.

Fruet também se notabilizou pela participação no Conselho de Ética da Câmara e em diversas comissões parlamentares de inquérito (CPIs). Ainda no primeiro mandato, em 2001, foi presidente da CPI do Proer, que investigou irregularidades no programa de reestruturação bancária promovido pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso. Em 2005, foi sub-relator de movimentação financeira da CPI dos Correios, que investigou o mensalão. Também foi líder da minoria na Câmara e candidato à presidência da Casa em 2007 – fez 98 votos, mas foi derrotado por Arlindo Chinaglia (PT-SP). Ratinho Júnior nunca foi membro de CPI, nem do Conselho de Ética. O cargo mais elevado na hierarquia da Câmara ocupado por ele foi a liderança do PSC, partido com 16 cadeiras na Casa (3% do total), em 2011.

Nos 12 anos em que foi deputado federal, Fruet foi citado pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar na lista dos 100 parlamentares mais influentes por oito anos consecutivos, entre 2003 e 2010. Ratinho Júnior ainda não esteve entre os selecionados.

Apesar do oceano de números e informações disponíveis sobre o desempenho parlamentar de cada um, é importante destacar que até agora a eleição curitibana tem se pautado por questões locais. No primeiro turno, o eleitor pensou muito mais no futuro do que no passado. Ainda não se sabe se esse panorama vai mudar.

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