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O governador Orlando Pessuti (PMDB) aproveitou a viagem de dois dias a Brasília, na semana passada, para encontrar o vice-presidente eleito e mandachuva peemedebista, Michel Temer.

Queria, claro, marcar presença. "Ele confirmou que tudo o que foi negociado será cumprido", disse o paranaense. O acordo a qual se refere ocorreu em junho e envolveu as costuras para viabilizar a candidatura do senador Osmar Dias (PDT) ao Palácio Iguaçu. Pessuti também queria concorrer, mas foi dissuadido graças ao empenho, entre outros, de Temer. Em troca, seria escalado em um possível governo Dilma Rousseff (PT).

Eis que a petista ganhou a eleição. E Pessuti escolheu o momento certo para lembrar a negociação feita há seis meses. A presidente eleita estava na Coreia do Sul, mas esta é a fase em que os nomes para o primeiro e segundo escalões passam por um processo de afunilamento.

O governador não quis falar em preferências. "Quem administrou um estado como o Paraná está preparado para qualquer coisa", explicou. Nos bastidores, comenta-se que ele poderia assumir alguma secretaria relacionada a assuntos da Copa do Mundo de 2014 ou até mesmo pleitear o Ministério da Agricultura (ele foi secretário estadual da área entre 2003 e 2005).

Há dezenas de casos similares ao de Pessuti espalhados pelo Brasil – e pelo Paraná também. Vencer uma eleição é como fazer uma compra a prazo, a certeza é que a fatura um dia chega e que os juros nem sempre são razoáveis. Estimativas apontam que, se realmente quisesse contentar todos os aliados, Dilma deveria ter quase o dobro dos atuais 37 ministérios.

Existem poucas certezas entre os ministeriáveis paranaenses. Paulo Bernardo deve continuar, mas não se sabe se é no Plane­­­jamento. Já Márcia Lopes tem grande chance de ser substituída no Desenvolvimento Social.

O atual chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, deve ser transferido para a Secretaria-Geral do Palácio do Planalto ou para a Secretaria Nacional de Direitos Humanos. Jorge Samek tende a ficar na presidência de Itaipu. Fora esses nomes, todos dependem de muito lobby, principalmente regional.

Os paranaenses são tradicionalmente lembrados para o Ministério da Agricultura. Desde a emancipação, em 1853, o estado teve apenas 21 ministros e seis deles atuaram nessa área. Recentemente, José Eduardo Andrade Vieira comandou a pasta nos governos Itamar Franco e Fernando Henrique Car­­­do­­­so, enquanto Reinhold Stepha­­­nes permaneceu no cargo durante o segundo mandato de Lula.

Stephanes, aliás, não disfarça o interesse em voltar ao posto. O problema dele são os atritos recentes com a cúpula do PMDB. Os problemas se agravaram porque ele não aceitou lotear politicamente cargos relevantes do ministério, como o comando do fundo de pensão da Embrapa.

Além de Pessuti e Stephanes, corre por fora Osmar Dias. O senador é do ramo, mas é prejudicado pelo tamanho do próprio partido. O PDT encolheu nas últimas eleições e, em tese, deve permanecer apenas com o Ministério do Trabalho.

Especulações à parte, a corrida por cargos não deve ser encarada apenas como uma questão de vaidade pessoal ou sobrevivência política. É importante para qualquer estado ter representação em Brasília. Para o Paraná, quase sempre em segundo plano nas decisões nacionais, essa é a hora de brigar, independentemente de quais sejam os escolhidos.

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Nos corredores

Barros e a Fiep

Derrotado nas eleições para o Senado e no fim do mandato como deputado federal, Ricardo Barros (PP) tem repetido em Brasília que não partiu dele a notícia de que pretende concorrer à presidência da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep). "Saiu do outro lado", diz. Segundo ele, é cedo para qualquer movimentação, já que a eleição só ocorrerá em agosto de 2011.

Futuro do PPS

O PPS realiza nos próximos dias 26 e 27 um encontro nacional para discutir a "reestruturação" do partido. Segundo o deputado federal eleito Rubens Bueno, o partido não passará por uma "refundação", como o mineiro Aécio Neves propôs para o PSDB. "O que precisamos é definir qual modelo de social-democracia que queremos", explica Bueno. Nos bastidores, porém, ainda não foi totalmente descartada uma fusão entre as duas legendas.

Sadia + Perdigão

O deputado federal paranaense Assis do Couto (PT) apresenta na quarta-feira um voto em separado na Comissão de Agricultura sobre a proposta que trata da fusão entre Sadia e Perdigão. O petista quer estabelecer condições para o negócio. Segundo ele, é preciso estabelecer critérios de manutenção ou fechamento de plantas industriais para evitar demissões.

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