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Nos corredores

Volta ao trabalho

Uma das propostas mais aguardadas para a volta dos trabalhos no Congresso, quarta-feira, é o Plano Nacional de Educação (PNE), cujo relator é o deputado paranaense Angelo Vanhoni (PT). No ano passado, o petista prometeu entregar um novo relatório até o dia 10 de fevereiro. O PNE traça as metas da educação brasileira até 2020.

Almeida, o conselheiro

O peemedebista Marcelo Almeida tem sido um dos principais conselheiros do deputado federal Ratinho Jr. (PSC) na elaboração de propostas para a disputa pela prefeitura de Curitiba, em outubro. Almeida define Ratinho como uma "esponja", capaz de absorver conhecimento muito rápido. Os dois se aproximaram em Brasília, durante a legislatura passada, quando Almeida também era deputado.

Não tem mais volta

Almeida garante que a candidatura de Ratinho está decidida e que não vê mais margem de negociação com os outros dois principais pré-candidatos, Gustavo Fruet (PDT) e Luciano Ducci (PSB). Ratinho já estaria inclusive fechando os últimos detalhes para a contratação de uma agência de publicidade, de um escritório de advocacia e do aluguel de um espaço para abrigar uma equipe que vai desenvolver seu plano de governo.

Paulo Ventura é um deputado sério, que detesta corrupção. Por um golpe do destino, após um acidente que mata o presidente da Re­­pública e o vice, é ele quem assume o comando do país por 15 meses. Como não tem o rabo preso com os políticos tradicionais, bota para quebrar e se dedica a moralizar o governo.

Paulo Ventura, obviamente, é de mentirinha. Trata-se do protagonista da série O Brado Re­­tum­bante, da Rede Globo, que acabou na sexta-feira. Apesar de ficcional, o personagem ajuda a entender como funciona a política no Brasil.

Novelices à parte, a história mostrou como um presidente brasileiro é refém do jogo das alianças com o Congresso. Filiado a um partido sem maioria, Paulo Ventura sofre para conseguir a governabilidade. Ainda assim, compra a briga e não se submete às negociações com as cobras-criadas de sempre.

Corta para o mundo real.

Em 2010, os brasileiros elegeram pela primeira vez na história uma mulher como presidente. Dilma Rousseff nunca havia disputado outra eleição e trazia no currículo a marca de gestora técnica avessa à politicagem, que havia dedicado a juventude à luta contra a ditadura. A diferença entre ela e o personagem de ficção é que Dilma não chegou ao poder por acaso, nem parece disposta a lutar para valer contra o sistema.

Afilhada de Lula, Dilma foi amparada na campanha por uma coligação de 10 partidos – PT, PMDB, PRB, PDT, PTN, PSC, PR, PTC, PSB e PCdoB. Depois, precisou arranjar espaço para toda essa sopa de letrinhas no governo. Sem contar as legendas que ficaram neutras durante parte da eleição e que depois também receberam suas boquinhas, como o PP, hoje no comando do Ministério das Cidades.

Dilma não inventou esse jeito de administrar, o tal presidencialismo de coalizão. Tampouco parece disposta a superá-lo. Como Paulo Ventura, ela se mostra intolerante à corrupção, mas usa outros produtos de limpeza para promover sua faxina.

O presidente da televisão desmontou esquemas de corrupção nos ministérios a partir de investigações que partiam de dentro do governo. Já Dilma demitiu seis ministros envolvidos em denúncias de desvios após os escândalos começarem a pipocar nos jornais. Mas todos os substitutos escolhidos foram gente do mesmo partido dos demitidos.

Engraçado como não é difícil explicar essas mazelas da política brasileira. Cabe tudo numa minissérie – e ainda sobra espaço para romantizar a história com casos extraconjugais do presidente e da primeira-dama. Isso só reforça a dúvida: por que os políticos sérios (sim, eles existem até no mundo real) não quebram esse círculo vicioso?

FHC, Lula e Dilma se encaixam nesse perfil e chegaram ao Palácio do Planalto com ótimos índices de popularidade. Pelo menos aos poucos, teriam condições de mudar as regras do jogo. Mas eles não as mudaram, apenas as reforçaram.

Dilma conta com uma maioria de quatro para um na Câmara e no Senado e não patrocinou nenhuma reforma ao longo de quase 13 meses de mandato. Especialmente a reforma política, que há duas décadas rola de gaveta em gaveta no Congresso.

Enquanto isso, os oligarcas de sempre continuam por aí firmes e fortes em suas cadeiras parlamentares, mandando e nomeando ministros. Esses personagens são fáceis de achar. Difícil é encontrar um sujeito como o Paulo Ventura.

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