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Dois anos antes do fim do prazo, a cidade de Nova York, nos Estados Unidos, conseguiu atingir a meta de plantar um milhão de árvores, no programa de reflorestamento urbano chamado “MillionTreesNYC”. As mudas de árvores foram espalhadas por toda a cidade com o apoio de voluntários. Como uma coisa é plantar e outra é fazer vingar a ideia de uma cidade arborizada, a prefeitura de Nova York planeja lançar nova campanha–“Ame uma árvore”, que vai estimular cidadãos a adotarem árvores nos bairros e a cultivá-las. Pretende economizar, assim, parte dos US$ 6,1 milhões que teria de gastar em manutenção.

Semana da democracia 1

A democracia será celebrada em dois grandes eventos na próxima semana em Curitiba. Na segunda-feira, o Instituto Atuação promove a 1ª Semana da Democracia, trazendo à capital renomados pesquisadores internacionais – Jamila Raqib, diretora executiva do Albert Einstein Institution, e James Fischkin, professor da Universidade de Stanford e diretor do Centro de Democracia Deliberativa. O objetivo é que o evento seja um momento de discussão, envolvendo especialistas e cidadãos interessados. A ideia é também propor ações para o desenvolvimento da democracia. O evento acontece no Radisson Hotel, na Praça do Japão, e tem vagas limitadas. As inscrições ainda podem ser feitas pelo e-mail projetos@atuacao.org.br.

Semana da democracia 2

E, para fechar a semana, a prefeitura de Curitiba, em parceria com o Sebrae, a Universidade Positivo e o Open Brazil, realiza o Hackathon Cívico, entre os dias 27 a 29 de novembro. Vão ser escolhidas 30 equipes de até cinco pessoas para disputar uma maratona hacker de 40 horas. A ideia é criar soluções que tornem a capital mais humana e inteligente. As inscrições terminam hoje e podem ser feitas no site http://hackathon.curitiba.pr.gov.br/. O hackathon é uma forma diferente de desenvolvedores de software, designers, ativistas e cidadãos fazerem política e contribuírem para melhorar a sociedade.

A notícia foi publicada no site Catraca Livre na última quarta-feira (18) e evidencia algo que foi denominado pelo cientista político norte-americano Robert Putnam como capital social. Conceito que define práticas e relações de confiança existentes entre cidadãos em uma sociedade, que gera um sistema virtuoso de cooperação e participação cidadã. Para o cientista político, quanto maior a capacidade dos cidadãos de terem confiança mútua e quanto maior o número de associações numa sociedade, maior capital social tem uma comunidade.

Na obra C omunidade e Democracia: a Experiência da Itália Moderna, Putnam analisa as diferenças entre o sul e norte italianos e postula a existência de uma correlação entre esse conceito e o nível geral de bem-estar da população de um território – quanto maior for o capital social, melhor a qualidade de vida e o nível de prosperidade do lugar.

Desenvolver uma sociedade engajada em realizar o bem público, embora desejável, não é tarefa para amadores. Felizmente a tecnologia de informação vem facilitando e transformando as relações sociais reduzindo o custo para reunir pessoas, compartilhar ideias e desenvolver projetos conjuntos, assim como para agregar novos colaboradores em propósitos transformadores. Na literatura de inovação e empreendedorismo, Salim Ismail e Peter Diamandis desenvolveram o conceito de organizações exponenciais para tratar de empresas e entidades que conseguem crescimento extraordinário em poucos anos. Eles criaram inclusive uma instituição – a Singularity University – para trabalhar essas ideias, cuja missão é criar produtos e serviços que transformem a vida de um bilhão de pessoas.

É possível acelerar a geração de capital social. Um propósito bem definido, o uso de tecnologia e o apoio da comunidade podem, quando alinhados, produzir resultados similares aos obtidos pelos cidadãos de Nova York.

O Estado não precisa ter a arrogância de achar que vai resolver todos os problemas da sociedade. Nem os cidadãos precisam ser imaturos em esperar que a solução de todos os problemas sejam resolvidos pelo governo. A melhor aposta hoje é o governo facilitar que os cidadãos os ajude a resolver problemas e a criar um lugar de maior qualidade para se viver.

Elementos para abraçar essa visão não faltam. Aos poucos, vai se proliferando no Paraná comunidades “maker”, hacker ativistas e novos atores sociais. Esse pessoal já está transformando o estado.

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