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Começo justificando minha ausência deste espaço nos próximos meses: se der tudo certo, estarei de licença-maternidade até meados de 2015.

Não poderei acompanhar até o fim o presente processo eleitoral, como vinha fazendo a cada dois anos desde 2006. É uma pena, pois seria interessante colocar em discussão alguns tópicos neste momento em que o Brasil vive um clima de tanta discordância.

A polarização sem fim entre PT e PSDB, o desgaste natural da gestão petista após muitos anos no poder e a divulgação de uma série de escândalos e suspeitas de casos de corrupção estão atrapalhando o debate eleitoral. De um lado, tucanos ressaltam as denúncias envolvendo a Petrobras. De outro, petistas repetem à exaustão os problemas da era Fernando Henrique Cardoso, que acabou há quase 12 anos.

É importante discutir os casos de corrupção, certamente, assim como relembrar de épocas em que o dia a dia dos brasileiros era mais difícil. As conquistas da gestão FHC, especialmente no ambiente macroeconômico, foram fundamentais para o crescimento econômico do Brasil posterior, mas não há como negar que as conquistas sociais só avançaram a partir da gestão de Lula. Muitos se lembram do apagão de energia de FHC, mas agora temos um apagão gerencial no setor, com malabarismos que custam bilhões.

Enfim, as denúncias de corrupção e a lembrança de outras épocas fazem parte do debate eleitoral, mas não deveriam ser dominantes. É preciso discutir mais questões referentes ao desenvolvimento do país.

Pré-natal

E o que contribui para o desenvolvimento do ­país? Políticas públicas bem aplicadas. Para falar de um assunto próximo, fica o exemplo do número de consultas de pré-natal. Não importa se elas fazem parte de um programa especial, se têm uma logomarca ou não. O fundamental é que sejam ofertadas à população, em quantidade e qualidade.

Entre 2002 e 2012, todos os estados ampliaram o serviço. O número de bebês nascidos que tiveram 7 ou mais consultas de pré-na­tal – índice utilizado pelo Observatório em Iniquidades em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) – aumentou 14% no Brasil.

Essa é uma conquista social que ultrapassa partidos e governos. O SUS funciona em regime tripartide, com participação do município, estado e União. De 2002 a 2012 tivemos trocas de prefeitos, governadores e presidentes da República. Alguns deles podem ter prejudicado o atendimento, ao fazer gestão temerária dos recursos públicos ou escolher afilhados políticos para exercer cargos técnicos.

Porém, de maneira geral, a situação está melhor. E a ampliação do número de consultas de pré-natal tem ligação direta com a melhoria dos indicadores de saúde materno-infantil, segundo dados do observatório da Fiocruz.

No Paraná, o crescimento ficou abaixo da média nacional, mas é que o estado já era o primeiro do ranking em 2002. Pelos dados atuais, continua com a maior taxa de nascidos vivos que tiveram 7 ou mais consultas de pré-natal: 77%, segundo o Datasus. A taxa de Curitiba, que tem programa com nome famoso e premiado, é de 84%. Mas a média estadual não fica longe disso. E não se tem conhecimento de discussões sobre quem é o "pai" ou a "mãe" dos serviços de pré-natal no Paraná; só recentemente foi bolado um nome e uma ação específica para englobar os serviços. Mas, no fundo, isso não era necessário. Os dados mostravam o essencial: ampliação contínua para atender o maior número de paranaenses. Sem discussões em palanques sobre o político que fez ou deixou de fazer qualquer coisa.

Até. Desejo a todos os governantes, eleitos ou já no cargo, que façam um bom trabalho.

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