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Alves critica urgência em votar Marco Civil da Internet

O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), criticou nesta quarta-feira (11) a decisão da presidente Dilma Rousseff de pedir urgência constitucional para o projeto de lei que trata do Marco Civil da Internet. Para Alves, "fica complicado" aumentar o número de matérias em tramitação com potencial de trancar a pauta da Casa, como já acontece com o Código de Mineração.

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva questionou hoje o governo dos Estados Unidos pela suposta realização de espionagem contra a presidente Dilma Rousseff. "Qual foi o crime que Dilma cometeu?", questionou Lula em tom irônico durante discurso hoje, no fórum "Um mundo sem fome: estratégias de superação da miséria", do qual participaram representantes de Brasil, África e América Latina.

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Após as novas denúncias de monitoramento dos EUA contra o Brasil, a presidente Dilma Rousseff começou a interferir nas negociações em torno do marco civil da internet e pediu ao Congresso urgência para a votação da proposta. O marco é uma espécie de "Constituição" da rede. O texto fixa princípios gerais, como liberdade de expressão e proteção de dados pessoais.

Nesat terça (10), no Planalto, Dilma comandou uma reunião com os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça), Luís Inácio Adams (Advocacia-Geral da União), Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e Paulo Bernardo (Comunicações) com o relator do marco, deputado Alessandro Molon (PT-RJ). A avaliação do governo é que o marco pode ser uma resposta às ações de espionagem contra a Petrobras e as comunicações da presidente Dilma.

No encontro, a presidente tomou conhecimentos das linhas gerais do marco civil da internet e pediu empenho para a votação da proposta, que está parada há um ano na Câmara. Com a urgência, se o projeto não for votado, passa a trancar a pauta de votações em 45 dias.

Segundo interlocutores, a presidente quer garantir no marco proteção à privacidade e à neutralidade da rede (segundo a qual não pode haver discriminação entre usuários). Uma das demandas do governo seria especificar no marco que as centrais de processamento e armazenamento de dados precisam ficar no país. Atualmente, não há proibição para que telefônicas vendam dados de usuários a companhias de outros países.

Molon descartou mudanças sobre a determinação de que a guarda de dados de internautas coletados aqui devem ficar em território nacional. "Nós estamos trabalhando para aperfeiçoar e garantir cada vez mais proteção aos dados dos brasileiros. A presidente defendeu de forma clara, decisiva, a neutralidade da rede e proteção à privacidade dos usuários. Ela fez uma defesa muito clara disso. A nossa preocupação é de proteger os dados e garantir uma internet melhor para os brasileiros", disse. "Podemos votar essa matéria, que já vem sendo debatida nessa casa há muito tempo. Está na hora de ter uma votação", disse o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).

O Planalto deve comandar uma nova reunião na próxima semana para discutir detalhes da proposta e a redação final do texto.

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