Gaeco intensifica investigação na Operação Publicano.| Foto: Gilberto Abelha/Jornal de Londrina

O surgimento de quatro novas denúncias de cobrança ou pagamento de propina levou o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) a abrir um novo inquérito dentro da Operação Publicano.

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a ajudinha de abi

O ex-comandante da Polícia Militar, o tenente-coronel Samir Geha, teria assumido em depoimento ao Ministério Público que chegou a pedir ajuda para Luiz Abi Antoun, parente do governador Beto Richa (PSDB) que foi preso no mês passado como parte da Operação Voldemort, do Gaeco. As informações estão em um depoimento ao MP ao qual a RPC TV teve acesso. O oficial teria dito que, quando faltava dinheiro para a Polícia Militar, procurava diversos órgãos e pessoas influentes, entre elas Luiz Abi, que facilitaria na intermediação de repasses à PM, já que era primo do governador.

A investigação se baseia nas prisões de auditores fiscais realizadas na semana passada. Cláudio Tosato, Iris Mendes da Silva e Orlando Aranda foram levados nesta terça-feira (7) para prestar depoimento, mas optaram por ficar em silêncio.

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Segundo Wesley Tomaszewski, responsável pela defesa de Silva, seu cliente foi acusado por uma empresa, autuada por sonegação de impostos no valor de R$ 4 milhões. Na versão da empresa, a autuação aconteceu porque Silva teria pedido R$ 400 mil de propina, que não foi paga.

Tomaszewski disse que o empresário só fez a denúncia porque foi preso e queria se livrar da acusação. Mas, de acordo com Alan Flore, delegado responsável pela investigação, essa prisão não existiu. “[O empresário] reconhece a sonegação e agora tenta atribuir culpa ao fiscal”, reforçou Tomaszewski, afirmando que não há “credibilidade do delator”.

Quanto ao caso de Tosato, a denúncia é de que ele teria cobrado R$ 50 mil de propina para não multar uma empresa. Nesse caso, Tomaszewski, também responsável pela deresam disse que não teve acesso ao auto de infração e não sabe se ele existe.

Flore disse que a postura dos auditores fiscais de permanecer em silêncio no depoimento desta terça não surpreendeu. Ele lembrou que essa tem sido a postura dos auditores presos até aqui: “Eles não colaboraram com as investigações”. O delegado afirmou que é possível que outros três auditores que já estão presos por outras situações podem ser incluídos nesse inquérito.

Denúncia

O outro inquérito da Operação Publicano, no qual são investigadas 28 pessoas, das quais 10 auditores fiscais, já foi concluído e enviado ao Ministério Público. O MP tem até sexta-feira (cinco dias) para oferecer denúncia. Nesse primeiro inquérito, 10 auditores fiscais tiveram a prisão preventiva decretada, dos quais dois estão foragidos Miguel Arcanjo Dias e Márcio de Albuquerque Lima.

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