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Eleitores vão assistir à propaganda de cidades maiores

Se para os curitibanos o horário eleitoral será uma oportunidade de conhecer melhor os candidatos, para a maior parte dos paranaenses a propaganda gratuita na tevê não terá utilidade alguma. Isso porque a maioria dos municípios não possui emissoras próprias e, de acordo com a legislação eleitoral, as geradoras têm de transmitir o conteúdo das localidades onde estão sediadas. O mesmo ocorre com as emissoras de rádio, mas como quase todos as cidades do estado possuem ao menos uma estação AM, os eleitores poderão acompanhar a disputa de seus municípios.

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Estréia

Confira a ordem de apresentação e o tempo de cada candidato de Curitiba no primeiro dia da propaganda eleitoral gratuita:

Beto Richa (PSDB): 11min46s

Maurício Furtado (PV): 1min45s

Lauro Rodrigues (PTdoB): 1min17s

Gleisi Hoffmann (PT): 5min11s

Fabio Camargo (PTB): 2min8s

Carlos Moreira (PMDB): 4min43s

Bruno Meirinho (PSol): 1min22s

Ricardo Gomyde (PCdoB): 1min45s

Televisão: das 13h às 13h30 e das 20h30 às 21h

Rádio: das 7h às 7h30 e das 12h às 12h30

Candidatos a prefeito: segundas, quartas e sextas-feiras.

Candidatos a vereador: terças, quintas e sábados.

  • Veja alguns resultados da pesquisa sobre a propaganda eleitoral
  • Maioria dos eleitores admite que já foi influênciada por programas de rádio e TV

A partir de amanhã, os eleitores poderão conhecer um pouco mais sobre os candidatos às eleições municipais de 2008, com o início do horário eleitoral gratuito. Serão mais de 40 dias de programas, veiculados na televisão e no rádio, período muito esperado pelos concorrentes – que vêem nele um precioso instrumento para conquistar o eleitorado –, mas nem tanto pela maior parte das pessoas que decidirão o pleito.

Uma pesquisa encomendada pela Gazeta do Povo com eleitores da capital mostra que 61% não pretendem assistir à propaganda gratuita. São pessoas que aproveitarão o tempo destinado aos candidatos para ver filmes, trabalhar ou até mesmo arrumar a casa.

Para os 39% que pretendem acompanhar o "desfile" de aspirantes a prefeito e vereador, no entanto, a oportunidade pode ser fundamental na hora de decidir o voto. De três a cada quatro dos entrevistados afirmam que os programas podem influenciar na escolha do candidato a prefeito e mais da metade, 51%, reconhecem que as propostas apresentadas durante esse período já foram capazes de definir o seu voto em outras situações.

Para a cientista política Luciana Veiga, professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o poder do horário eleitoral é realmente incontestável, pois ele determina o começo da disputa para uma grande parte da população, a que tem o rádio e a tevê como fontes de informação quase que exclusivas. "Quando a propaganda invade a casa da pessoa, ela marca, para o bem ou para o mal, o início da política. O eleitor passa a se preocupar efetivamente com o voto", justifica.

A pesquisadora do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj) Alessandra Aldé afirma que, depois que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vetou a realização de showmícios e a distribuição de brindes nas campanhas – além de outras restrições relativas à propaganda –, os programas ganharam um peso ainda maior. "Os candidatos, principalmente os do majoritário (prefeitos, governadores e presidente), concentraram suas estratégias no horário eleitoral."

E é justamente esse poder de influência que inspira os candidatos à prefeitura de Curitiba, principalmente os oposicionistas, que, mesmo juntos, ainda não ameaçam o favoritismo de Beto Richa (PSDB). A despeito de todos os números a favor do tucano – nas últimas pesquisas o prefeito, que tenta a reeleição, sempre apareceu com mais de 70% das intenções de voto –, os adversários mantêm a esperança de virada, baseados na força atribuída ao horário eleitoral.

O coordenador da campanha petista, André Passos, vê nos preciosos minutos de tevê a chance de Gleisi Hoffmann – que debuta em eleicões majoritárias e aparece em segundo lugar na corrida – se aproximar de Beto. "Todos os candidatos são novatos nas majoritárias. Muita gente vai conhecê-los na propaganda. A nossa expectativa não é outra senão o crescimento da Gleisi", diz.

Tão esperançoso quanto o petista – ou até mais – está o candidato Fabio Camargo, do PTB. "Nossa meta é chegar ao começo de setembro com dois dígitos (na primeira rodada do Ibope, o petebista aparecia com 4%), depois ultrapassar a Gleisi e forçar o segundo turno. Eu vejo um final de campanha dramático, como a do Cassio (Taniguchi) contra Vanhoni, em 2000", arrisca.

Apesar de toda a força da propaganda gratuita, para os mais empolgados vale a ressalva feita por Luciana Veiga. "O horário eleitoral serve para conquistar votos e dar argumentos aos eleitores já decididos para que eles multipliquem seu voto. Ele em si não é capaz de reverter um quadro tão definido, como se vê aqui em Curitiba", adverte.

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