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O presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Wadih Damous, classificou de "inaceitável" o desaparecimento de ossadas com indícios de serem de guerrilheiros executados pelo Exército brasileiro durante a guerrilha do Araguaia (1972-74), o maior conflito entre a esquerda armada e militares durante a ditadura. Conforme revelou a Folha de S.Paulo neste domingo (1º), cinco ossadas e um crânio localizados, em 2001, em Xambioá (TO), desapareceram em Brasília. A suspeita é de que os ossos, que apresentavam sinais de violência na época em que foram encontrados, pertencem a integrantes da guerrilha do Araguaia.

"É inaceitável que uma coisa dessas aconteça", afirmou, em nota, Wadih Damous, que também preside a Comissão da Verdade do Rio de Janeiro. Segundo ele, o caso demonstra que o governo brasileiro não tem real interesse em "passar a limpo a história da ditadura". "Esse episódio demonstra que existem segmentos do estado brasileiro que não querem revelada a verdade dos fatos da guerrilha do Araguaia e de todos os outros ocorridos na ditadura militar. Não abertura dos arquivos militares, destruição impune de documentos, sumiço de ossadas não são atitudes que demonstrem estar o governo brasileiro realmente interessado e passar a limpo a história da ditadura", diz a nota assinada por Damous.

As ossadas recolhidas ao longo dos anos, desde a década de 90, têm circulado por vários órgãos em Brasília. Não raro, são transportadas em caixas de papelão, próprias para biscoitos, por exemplo. Não há informação sobre o local onde essas ossadas se perderam, já que circularam por diversos órgãos federais antes de serem armazenadas em uma sala-cofre na UnB (Universidade de Brasília).O desaparecimento das ossadas consta de um relatório assinado por quatro peritos do INC (Instituto Nacional de Criminalística), de novembro de 2012, que fez um inventário das 25 ossadas retiradas da região e que estão em Brasília, à espera de exames de DNA.

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