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Ana Maria de Holleben fez um acordo para não responder pelos crimes na Justiça | Josué Teixeira/ Gazeta do Povo
Ana Maria de Holleben fez um acordo para não responder pelos crimes na Justiça| Foto: Josué Teixeira/ Gazeta do Povo

A Comissão Parlamentar Processante da Câmara Mu­­­ni­­­­cipal de Ponta Grossa pediu ontem a cassação do mandato da vereadora Ana Maria de Holleben (sem partido), suspeita de simular o próprio sequestro no início do ano para não participar da votação de escolha da Mesa Executiva da Casa. O relatório final sobre o caso foi entregue ontem à tarde. A sessão que analisará o pedido de cassação está prevista para amanhã, a partir do meio-dia. Para a perda do mandato serão necessários 16 votos.

Com 125 páginas, o relatório da comissão concluiu que a vereadora quebrou decoro parlamentar ao não comparecer à votação da Mesa Executiva no dia 1.º de janeiro, comportamento classificado como "vexatório e indigno, comprometendo a dignidade do Poder Legislativo Municipal".

Ana Maria de Holleben não participou da sessão de ontem. Ela apresentou uma justificativa de "agenda parlamentar" para a ausência, que não foi aceita pelos vereadores.

O vereador Márcio Schirlo (PSB), presidente da comissão, disse que não houve divergência entre os integrantes a respeito da quebra de decoro. O relator, Rogério Mioduski, destacou a pressão da comunidade durante os trabalhos. "Foi bastante trabalhoso pedir a cassação de uma companheira de Câmara", disse.

O caso

O inquérito da Polícia Civil concluiu que Ana Maria de Holleben forjou o próprio sequestro no dia 1.º de janeiro, logo após a cerimônia de posse. Com o sumiço, a vereadora não participou da primeira sessão que elegeu a Mesa Executiva. A parlamentar foi presa e deixou a prisão no dia 9 de janeiro. Depois, seguiu para uma clínica psiquiátrica em Curitiba, onde ficou internada por um mês. O caso chegou à Justiça, mas a parlamentar fez um acordo para não responder pelos crimes de fraude processual e falsa comunicação de sequestro. A medida foi aplicada porque, somadas, as penas não ultrapassariam um ano de prisão. Em junho, a vereadora foi expulsa do PT, partido ao qual era filiada desde 1984.

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