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A CPI dos Grampos, na Câmara dos Deputados, quer fazer uma acareação entre o banqueiro Daniel Dantas, do Grupo Opportunity, e o ex-chefe do inquérito da Operação Satiagraha, o delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz. O requerimento solicitando o confronto de versões dos dois foi protocolado ontem pelo deputado Raul Jungmann (PPS-PE). "Dantas fez acusações gravíssimas a Protógenes e só tem um jeito de descobrirmos quem está falando a verdade. Temos que colocar um frente na frente do outro", defendeu Jungmann.

Na quarta-feira, em depoimento à CPI, Dantas disse que, ao ser preso pela primeira vez por Protógenes, ouviu do delegado que ele "iria até o fim" na investigação da venda da Brasil Telecom (da qual Dantas é sócio) para a Telemar (atual Oi), o que incluiria "o filho do presidente". Foi uma referência, disse Dantas, a Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha. A Telemar investiu R$ 5 milhões numa produtora de programas de TV sobre games, a Gamecorp, da qual Lulinha era sócio.

Ontem, Dantas voltou a fazer insinuações sobre a conduta do delegado Protógenes. Ao chegar à sede da Justiça Federal, em São Paulo, para acompanhar os depoimentos das testemunhas de acusação no processo em que é acusado de tentativa de suborno de um delegado da PF, Dantas disse não esperar nada de novo da audiência. Ele deu entender que Protógenes, um dos depoentes, estaria agindo segundo interesses do governo, que desde a posse do presidente Lula foram contrários à sua participação no controle da Brasil Telecom. "Não espero nada. Ele (Protógenes) tem um objetivo que, acho, não é pessoal. Acho que ele quer criar dificuldade (para mim)."

O ex-presidente da Brasil Telecom Participações, Humberto Braz, e o professor universitário Hugo Chicaroni, que participaram diretamente da suposta tentativa de suborno do delegado Vitor Hugo Rodrigues Alves, também foram ao tribunal ontem. Nenhum deles, entretanto, quis se pronunciar diante do juiz Fausto De Sanctis, da 6ª Vara Criminal Federal, antes do início dos interrogatórios.

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