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Drogas? Tô fora. | Wilson Dias/ABr
Drogas? Tô fora.| Foto: Wilson Dias/ABr

Entrevista com Roberto Requião, governador do Paraná.

Brasília - Na reta final do terceiro mandato como governador, Roberto Requião (PMDB) faz mistério sobre o futuro político. Embora admita que o sonho de uma candidatura a presidente da República é difícil de ser realizada, ele afirma que seria um nome com­­­petitivo à sucessão de Lula. Ao mesmo tempo, diz que ainda não decidiu se irá disputar a eleição para o Senado. "É uma probabilidade (concorrer a senador). Desde que não atrapalhe a minha administração."

Requião esteve ontem em Bra­­­­sília em um almoço oferecido pela Secretaria de Representação do Paraná – cujo responsável é o irmão do governador, Eduardo. O objetivo do evento era divulgar pro­­­­dutos desenvolvidos pelo Ins­­­tituto Agronômico do Paraná (Iapar). No cardápio, apenas alimentos paranaenses, como a bala de banana de Antonina.

O evento teve pouca conotação política. Entre os presentes, havia apenas dois dos 33 membros da bancada paranaense no Congresso Nacional – o senador Alvaro Dias (PSDB) e o deputado federal Wilson Picler (PDT).

Antes do almoço, Requião concedeu entrevista exclusiva à Gazeta do Povo:

Como o senhor tem acompanhado as alianças nacionais para as eleições de 2010?

Acho que tudo será fechado apenas no ano que vem. Hoje eu estou mais interessado em divulgar os nossos produtos (sementes desenvolvidas pelo Iapar). Eu não vim aqui em Brasília para fazer política. Eu vim vender o Paraná. O importante para mim é não perder a perspectiva da administração pública com acertos políticos e jogadas eleitorais. Se a gente começa a fazer muita política, cai a qualidade da administração.

O senhor esteve recentemente com o presidente Lula em um jantar reservado no Palácio da Al­­­vorada. Qual foi o teor político da conversa?

Estive apenas comendo um coelho com o presidente. Ele estava me devendo esse coelho, que estava muito bom por sinal. Conversamos sobre generalidades. Nada mais.

O quadro eleitoral no estado para 2010 parece estar definido com quatro nomes – os senadores Al­­­­varo Dias ou o prefeito Beto Ri­­­­cha, pelo PSDB, o senador Osmar Dias, pelo PDT, e o vice-governador Orlando Pessuti, pelo PMDB. Como o senhor vê essa disputa?

É só no ano que vem que essas coisas vão se definir. É muito cedo. Es­­­­­tou cuidando do governo do esta­­­do. Minha preocupação é terminar uma bela administração que eu acho que estou fazendo no Paraná.

O senhor acha possível ser candidato a presidente da República pelo PMDB ou a vice na chapa da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff?

Eu só aperto parafuso que tem rosca. Apertar parafuso espanado é perder tempo. Se o PMDB tivesse condições hoje de me dar legenda, não tenho a menor dúvida de que eu disputaria a Presidência. Com boas condições para ganhar a eleição porque a administração pública do Paraná é um exemplo para o Brasil. A nossa reforma tributária é fantástica e estamos arrecadando 8,5% a mais do que no ano passado, enquanto o Brasil inteiro está perdendo recurso. Porque nós não cobramos da microempresa, baixamos os impostos de bens que o salário compra, porque temos a energia elétrica mais barata do Brasil. Porque os salários têm sido aumentados pelo salário mínimo regional. Nós acertamos em muita coisa e isso daria condição para uma disputa presidencial. Mas eu não vejo o PMDB inclinado a me dar a legenda.

O senhor não vê o PMDB dar le­­­genda especificamente para o senhor ou decidido de vez a não ter candidato próprio?

Acho que estão num outro nível de negociação. Nesse caso eu acho a Dilma uma excelente candidata.

O senhor vai ser candidato ao Senado?

Não sei. É uma probabilidade. Desde que não atrapalhe a minha administração. Se de repente eu achar que faltaram algumas coisas muito boas que têm de ser completadas, eu fico até o fim e não sou candidato a nada.

Mas é possível terminar todas essas coisas até abril (prazo para a renúncia, caso Requião queira ser candidato a senador)?

Dá para terminar ou pelo menos deixar encaminhado de uma forma definitiva e irreversível.

Em resumo, o senhor não acredita mesmo que as candidaturas ao governo do estado serão definidas neste ano? Os quatro pré-candidatos estão afobados?

Sim, estão afobados. E quem tem pressa come cru.

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