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Ricardo Barros: “Esses anúncios não vão produzir ações do judiciário a curto prazo.” | Henry Milleo/Gazeta do Povo
Ricardo Barros: “Esses anúncios não vão produzir ações do judiciário a curto prazo.”| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo

Em Curitiba para uma prestação de contas na Câmara Municipal, o ministro Ricardo Barros afirmou nesta segunda-feira (13) que o governo federal não está preocupado com a divulgação de uma nova lista de investigados pela Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo Barros, os integrantes do governo e do Congresso esperam “tocar a vida para frente”, apesar do pedido de abertura de novos inquéritos.

O procurador-geral da República Rodrigo Janot pretende entregar ainda nesta segunda ao STF o pedido para abertura de cerca de 80 novos inquéritos da Lava Jato. As novas investigações deverão ter como ponto de partida os depoimentos de colaboração premiada de 78 executivos da Odebrecht – homologados no início do ano pelo STF.

“Imagine o gabinete do ministro Fachin recebendo mais 80 processos, sendo que ele já tem um monte que estão lá há dois anos esperando para caminhar.”

Ricardo Barros Ministro da Saúde sobre os novos pedidos de investigação que serão enviados por Rodrigo Janot ao STF.

“Pelo que eu entendo, ninguém será surpreendido pela divulgação da lista. Nenhum dos interessados, pelo menos”, afirmou o ministro da Saúde. A demora do STF para decidir se aceita ou não os pedidos de abertura de inquérito seria o motivo para a aparente tranquilidade do governo. “Se você olhar para o histórico, a Lava Jato já tem três anos, a lista do Janot já tem mais de dois anos e daqueles tantos, dezenas, que ele colocou na primeira lista, quatro são réus. E o serviço não estava assoberbado como está hoje”, disse Barros.

Em março de 2015, Janot divulgou a primeira lista com cerca de 50 políticos com prerrogativa de foro que seriam investigados na Lava Jato, como consequência dos acordos de colaboração do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Desses, apenas quatro viraram réus no STF até agora: a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR); o deputado federal Nelson Meurer (PP-PR), o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) e o deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE).

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O ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) também chegou a virar réus em dois processos no STF, mas os casos foram repassados à Justiça comum depois que ele perdeu o mandato.

“Imagine o gabinete do ministro Fachin recebendo mais 80 processos, sendo que ele já tem um monte que estão lá há dois anos esperando para caminhar”, disse Barros sobre a nova lista. “Esses anúncios não vão produzir ações do judiciário a curto prazo, então o pais precisa tocar para frente”, completou.

O discurso de que é necessário seguir em frente, aprovar as reformas e evitar que Congresso e Esplanada de Ministérios fiquem paralisados pelas novas denúncias foi adotado como uma estratégia pela gestão Temer. Na semana passada, o próprio presidente Michel Temer afirmou não estar preocupado com a lista de Janot. “Se eu for me preocupar com isso, não faço mais nada. Não estou preocupado. Cada Poder cuida de uma coisa.”

Depois de receber os pedidos de abertura de novos inquéritos, o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, deve decidir se aceita ou não abrir as investigações. O ministro pode, ainda, derrubar o sigilo de parte dos depoimentos. A decisão de Fachin, porém, não tem prazo para ser divulgada

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