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Renan diz só temer a Deus

Ao chegar ao Senado nesta quarta, Renan disse que não sabe de onde acompanhará a votação do relatório. O senador não quis comentar as acusações feitas por Santi. "Isso não merece nem comentário. Quem conhece meu perfil sabe: isso não merece nem comentário".

O senador esteve na reunião da CCJ, onde acompanhou a sabatina de Carlos Alberto Menezes Direito, indicado para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Cercado pelos jornalistas, Renan foi indagado sobre se está irritado e se teme o julgamento. "Só temo a Deus", rebateu.

Por pouco os senadores Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Almeida Lima (PMDB-SE) não trocaram murros na sessão do Conselho de Ética que discute o processo de cassação aberto contra o presidente do Senado, Renan Calheiros(PMDB-AL). Depois de muito bate-boca, Tasso ficou nervoso, levantou-se da mesa e teve de ser contido pelos colegas Marconi Perillo (PSDB-GO) e Sérgio Guerra (PSDB-PE), enquanto Almeida Lima foi segurado pelos aliados de Renan. O presidente do Conselho, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), aproveitou o tumulto para suspender a sessão. Aliás, toda a confusão poderia ter sido evitada se Quintanilha tivesse posto em votação os requerimentos que vão decidir se a votação do relatório será aberta ou fechada.

A confusão começou porque Almeida Lima, um dos três relatores do caso Renan, insiste em apresentar um relatório separado do que será apresentado por Renato Casagrande (PSB-ES) e Marisa Serrano (PSDB-MS), os outros dois relatores do processo de cassação. Almeida Lima não aceita que haja um relatório único e que seu parecer seja um voto em separado dentro do relatório dos outros dois relatores. Porém, pelo regimento, não pode haver dois relatórios e, como ele é minoria na relatoria, teria que apresentar um voto em separado, e não outro relatório. Almeida Lima disse estar sendo cerceado pelos colegas e não aceita ser sub-relator.

- Eu tenho um voto a apresentar, não adianta querer me cercear - protestou.

Tasso levantou a voz e pediu calma, irritando o relator:

- No grito não. A força do direito sim, mas o direito à força não. Se V. Exca. sabe bater na mesa eu também sei. Estão querendo me castrar - reagiu Almeida Lima.

Tasso, que até então estava sentado e calmo, provocou o senador, fazendo trejeitos femininos:

- Calma, boneca!

- Senador, esse trejeito não lhe fica bem - reagiu Almeida Lima.

O líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), que antes havia questionado Quintanilha por que ele não botava logo em votação os requerimentos para decidir se a votação será secreta ou aberta, entrou na confusão e deixou o relator ainda mais irritado.

- Senador, ninguém quer lhe castrar, ninguém quer castrar o voto de V. Exca, nem na palavra nem em outro jeito - disse Virgílio.

Almeida continuou gritando em direção aos tucanos.

- No grito não. Não aceito ser tratado como sub-relator, vocês são uns palhaços.

Tasso ficou vermelho, levantou-se, começou a dar murros na mesa e a fazer sinais com punho fechado em direção a Almeida Lima.

- Você é um palhaço, deixa de palhaçada rapaz, você é um vendido. Você é um vendido - disse o tucano.

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