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Na semana passada, funcionários da Urbanização de Curitiba (Urbs) fazem manifestação contra hostilidade a técnicos da empresa e a falta de cobrança dos responsáveis políticos pelas decisões | Ivonaldo Alexandre / Arquivo / Agência de Notícias Gazeta do Povo
Na semana passada, funcionários da Urbanização de Curitiba (Urbs) fazem manifestação contra hostilidade a técnicos da empresa e a falta de cobrança dos responsáveis políticos pelas decisões| Foto: Ivonaldo Alexandre / Arquivo / Agência de Notícias Gazeta do Povo

Técnicos da Urbs e da Setransp serão ouvidos pela terceira vez na CPI da Urbs na Câmara de Vereadores de Curitiba, na sessão marcada para as 14 horas desta quinta-feira (25). Eles já foram chamados em duas outras ocasiões. Na primeira, a reunião foi interrompida após um deles, Luiz Filla, levar uma tortada na cara de uma integrante do Movimento Passe Livre de Curitiba (MPL). A segunda durou mais de sete horas e foi marcada pelas tentativas dos vereadores de responderem à "voz das ruas", cobrando respostas de ordens jurídica ou administrativa dos engenheiros. Os técnicos se sentem encurralados e afirmam que foram convidados para fazer "apresentações" aos membros da comissão, mas que estariam sendo interrogados como "réus" acusados de um crime.

Na ânsia de "abrir a caixa-preta da Urbs", os vereadores mostram-se confusos. Eles já fizeram nove requerimentos de informações desde a última sessão da CPI, no dia 18. Três deles têm o mesmo conteúdo: pedem cópias de balanços e documentos financeiros das empresas do transporte coletivo de Curitiba. Nenhum desses pedidos, porém, estará nas mãos dos membros da Comissão nessa próxima reunião nesta quinta. As respostas só devem chegar para o encontro da outra quinta-feira (1º de agosto), segundo o vereador Pastor Valdemir Soares, vice-relator da CPI. "Até agora falamos só sobre licitação. E nem isso ficou muito claro ainda. Agora vamos falar sobre a tarifa e, depois, esmiuçar os relatórios", disse.

Portanto, é possível que os técnicos da Urbs e da Setransp devem ser novamente convocados para dar novos esclarcimentos, após os parlamentares terem em mãos os documentos pedidos.

Luiz Filla, o gestor de transporte coletivo da Urbs e que levou a tortada, diz que a sua participação na CPI está sendo complicada. Ele reclama que foi convidado pela comissão para dar explicações, e não convocado como depoente. E que a pressão das ruas faz com os vereadores se sintam cobrados a dar uma resposta rápida ao povo. "Na primeira reunião já misturaram tudo. A pressão sobre eles está tão grande que estão queimando etapas. Eles deveriam ver as apresentações, ver os relatórios e depois começar os questionamentos", argumenta.

"Fui fazer apresentação a pedido do presidente do CPI e fui tratado como réu. A Urbs não é depoente, é convidada. Eu fui porque conheço o processo na parte técnica, mas não tomo decisões", desabafa. Ele diz, ainda, que todas as perguntas dos vereadores foram respondidas e que os pedidos de informações também serão respondidos. O Diretor de Transporte da Urbs e outros técnicos da empresa também estarão presentes na próxima reunião.

Apesar de o tema principal do próximo encontro ser o esclarecimento de dúvidas sobre a tarifa de ônibus da capital, o presidente da CPI, Jorge Bernardi (PDT), afirma que o cronograma de itens que devem ser investigados pela comissão é grande e outros assuntos devem entrar na roda. "Às vezes não sai tudo no primeiro interrogatório. Tem que ver se eles vão entrar em contradição. Fazemos um trabalho sério e há uma série de pontos que têm que ser analisados. Temos tempo, o importante é descobrir tudo", afirma o vereador.

Falta de planejamento da CPI

O descompasso entre expectativas de interrogados e interrogadores não pode comprometer o trabalho final da comissão, afirma Carlos Hardt, coordenador do mestrado e doutorado de gestão urbana da PUC-PR. "A falta de planejamento pode levar à perda de tempo e à famosa pizza. E não é isso que queremos", afirma.

"Eles [os vereadores] estão começando a ter contato com as informações. Se reclama muito que alguns dados não são divulgados. Com a CPI, que tem força institucional grande, esses dados podem ser abertos e trabalhados para fazer as mudanças necessárias no transporte", acredita Hardt.

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