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Marcelo Almeida: participação "de gaiato" no programa de Serra. | Antonio Costa/Gazeta do Povo
Marcelo Almeida: participação "de gaiato" no programa de Serra.| Foto: Antonio Costa/Gazeta do Povo
  • Alvaro: ele ainda anda meio escondido.
  • Veja o desempenho de deputados que concorreram à reeleição desde 1990

Brasília - Parlamentares que tentam a reeleição neste ano terão de superar um complicado retrospecto. Na média das últimas cinco eleições, a cada dois deputados federais que buscaram permanecer no cargo, só um conseguiu. No Senado, o índice de renovação das cadeiras em disputa foi superior a 70%.

Especialistas destacam, porém, que a mudança de nomes não tem melhorado a qualidade do trabalho legislativo. "Não se trata de uma renovação real, de ideias e práticas. O novato que chega ocupava antes algum outro cargo e já está pensando em outro que vem pela frente", diz o diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antonio Augusto Queiroz.

O órgão é responsável por levantamentos que apontam a evolução dos índices de reeleição entre os parlamentares (veja tabela). Desde 1990, a taxa de renovação dos deputados variou entre 43% e 62%. Os números mostram que o eleitor é sensível a escândalos, mas indicam que os líderes tradicionais permanecem no poder.

Em 2006, dos 91 congressistas acusados de envolvimento nos escândalos do mensalão e dos sanguessugas, 63 se candidataram à reeleição e apenas 12 se reelegeram. Em 2002, após uma sucessão de crises no Senado provocada pelo confronto entre Antonio Carlos Magalhães (DEM-BA) e Jader Barbalho (PMDB-PA), houve uma renovação de 74,93% das 54 vagas de senador em disputa.

Para o cientista político Carlos Strapazzon, ainda assim os índices não servem para uma análise qualitativa. "Como não há uma mudança entre os líderes, as estruturas são mantidas. Permanece a percepção da população de que está tudo na mesma, embora a renovação seja considerável."

Segundo levantamento feito pelo jornal O Estado de S.Paulo com as assessorias dos atuais 513 deputados, 421 (82%) são candidatos à reeleição e 33 (6,4%) buscam uma vaga no Senado. Entre os 30 paranaenses, só cinco não tentarão se manter na Câmara. Cassio Taniguchi e Alceni Guerra (ambos do DEM) não concorrerão a qualquer cargo, enquanto Rodrigo Rocha Loures (PMDB) é candidato a vice-governador e Gustavo Fruet (PSDB) e Ricardo Barros (PP) querem ser senadores.

Entre os 54 senadores que encerram o mandato neste ano, só 29 (53,7%) tentarão a reeleição. As duas vagas em disputa no Paraná serão renovadas. Os atuais senadores Osmar Dias (PDT) e Flávio Arns (PSDB) concorrem a governador e vice, respectivamente.

Alvaro Dias (PSDB), cujo mandato acaba em 2014, defende a reeleição dos parlamentares que tiveram bom desempenho. "A renovação válida, necessária e desejada deve ser feita só com a exclusão dos que não corresponderam às expectativas ou dos que estiveram envolvidos em escândalos. Mas sou contra trocar por trocar, os parlamentares mais experientes são fundamentais no jogo democrático", diz o tucano, que se elegeu senador pela primeira vez em 1982.

Um dos nove novatos paranaenses na Câmara nesta legislatura, Marcelo Almeida (PMDB) diz que a troca motivada no processo de renovação afeta em especial os parlamentares que cumprem o primeiro mandato. "Há um tempo de adaptação até que o deputado iniciante descubra os melhores caminhos para fazer a interlocução entre os prefeitos do seu estado e a estrutura pública federal." Para ele, parlamentares que não conhecem os "atalhos" de Brasília são rechaçados.

Por outro lado, Almeida afirma que há um problema estrutural no Congresso. "O novato não tem voz e quando tem oportunidade fica com medo de falar. Já o experiente conquistou o seu espaço, mas quase sempre fica acomodado."

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