• Carregando...
Plenário do Senado: 60% dos ocupantes da Casa são de famílias tradicionais na política | Pedro Ladeira/Folhapress/Arquivo
Plenário do Senado: 60% dos ocupantes da Casa são de famílias tradicionais na política| Foto: Pedro Ladeira/Folhapress/Arquivo

As eleições de 2014 aumentaram as bancadas conservadoras do Congresso, mas também elegeram a Câmara com a maior quantidade de novos deputados desde 1998: foram 198 parlamentares eleitos pela primeira vez. Já no Senado, apenas cinco foram reeleitos. Os números podem dar margem para discursos de que a política está se renovando ou, pelo contrário, de que continua se repetindo. Estudos divulgados pela ONG Transparência Brasil favorecem os que acreditam haver uma manutenção de poder. Segundo estudo da ONG divulgado na última quarta-feira, 60% de todos os senadores da próxima legislatura têm algum parentesco político. Já na Câmara, o porcentual de parlamentares com parentesco político em 2015 será de 49%.

Em junho, a ONG lançou outro estudo, no qual analisava parentesco político de todos os congressistas eleitos em 2010 e dos senadores eleitos em 2006. Nele, os dados traziam pequenas variações em comparação com os da próxima legislatura, já que 44% dos deputados federais eleitos em 2010 têm algum parente na política. No Senado, 64% dos eleitos nos pleitos de 2010 e 2006 tinham algum parentesco político. São variações, para mais e para menos, na casa de cinco e quatro pontos porcentuais em relação aos dados de 2014.

A diferença entre os porcentuais é maior quando se analisam os números referentes aos deputados jovens. Em 2010, 64% dos deputados federais eleitos com menos de 40 anos integravam famílias políticas. Na próxima legislatura, 85% dos deputados federais com menos de 35 anos pertencem a clãs políticos. Ainda que haja a diferença de cinco anos na metodologia, houve um aumento de 21% dos deputados eleitos em 2010 para os eleitos no último pleito.

Sobrenomes

Práticas de campanha refletem esse aumento dos jovens deputados eleitos. No estudo, a organização cita o uso eleitoral do parentesco, pois muitos deputados federais eleitos utilizavam no apelido político o sobrenome do parente bem-sucedido na vida pública.

Foram os casos, por exemplo, de Irajá Abreu (DEM-TO), filho da senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), e Zeca Dirceu (PT-PR), filho do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT).

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]