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O Conselho de Ética terminou a votação do relatório do deputado Orlando Fantazzini (Psol-SP), que pedia a perda de mandato do deputado Pedro Henry (PP-MT) no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. Por 9 a 5, o texto foi rejeitado e o deputado absolvido.

Esta foi a primeira vez que a maioria do Conselho votou contra o relator desde o início da crise política iniciada com as denúncias do chamado mensalão.

Em sua tréplica, Pedro Henry disse que abre mão dos prazos regimentais para que seu processo seja votado o mais rapidamente possível pelo Plenário.

O presidente do conselho, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), nomeou o deputado Carlos Sampaio para ler o parecer vencedor em plenário.

O deputado Fantazzini comparou seu relatório e voto ao processo que levou à cassação do ex-deputado petista e ex-ministro da Casa Civil José Dirceu.

- A única palavra contra José Dirceu foi a do ex-deputado Roberto Jefferson - disse.

Pedro Henry, em sua defesa, argumentou que a acusação que pesa contra ele são as palavras de Jefferson. Ele é acusado de ser um dos responsáveis pela distribuição do "mensalão" e por oferecer compensações para que deputados trocassem de partido.

Para Fantazzini, é impossível que todas as supostas negociações para pagamento do "mensalão" ocorressem ao redor de Pedro Henry sem que ele soubesse de nada. O relator admite que não houve participação ativa do acusado nas negociações.

- Extraí elementos dos autos para pedir sua condenação, mas há quem não queira enxergar - disse.

O deputado Nelson Trad (PMDB-MS) fez uma defesa veemente do relatório, afirmando que Fantazzini fez a relação entre os fatos, não deixando dúvida da participação do ex-líder do PP no esquema do suposto mensalão. E ironizou o argumento da cúpula do PP de que o dinheiro recebido do PT era para pagar os honorários dos advogados que defenderam o deputado cassado Ronivon Santiago (PP-AC).

- Eu não sei se o Ronivon Santiago valia R$ 700 mil. É dinheiro que o Fome Zero poderia ter no seu balanço - disse o peemedebista.

Já o tucano Carlos Sampaio (SP) argumentou que o Conselho não conseguiu produzir provas contra Pedro Henry e lembrou que o líder do PTB, José Múcio Monteiro (PE), negou ter sido pressionado por Pedro Henry a participar do esquema.

- Nenhum dos fatos imputados ao representado restou cabalmente aprovado. Excetuando as palavras de Roberto Jefferson, nenhuma outra prova se produziu nesse Conselho contra Pedro Henry. Não podemos valorar a palavra do acusador em detrimento da palavra do acusado. Não conseguimos produzir provas cabais do envolvimento do deputado no mensalão - disse Sampaio.

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