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Numa sessão que durou apenas 40 minutos, o Conselho de Ética da Câmara praticamente absolveu o deputado Paulo Magalhães (DEM-BA) da acusação de ter interferido no Tribunal de Contas da União (TCU) em favor da empresa Gautama, do empresário Zuleido Veras, que chegou a ser preso pela Operação Navalha, da Polícia Federal. Numa conversa telefônica gravada pelos agentes da PF, Zuleido e Paulo aparecem conversando sobre uma decisão desfavorável do TCU.

O empresário diz ao deputado que "quem deve pedir vistas é Nardes (ministro Augusto Nardes) ou coisa assim, tá? Ou então o Guilherme. Mas vai ser resolvido. Agora, é bom dar um pulinho lá. Olha meu amigo, não faça mais isso", diz Zuleido. Paulo responde:

"Lógico, não vou dar atestado a ele", responde o parlamentar, em conversa captada pela Polícia Federal em 4 de abril deste ano. O diálogo ocorreu de manhã e, na parte da tarde, o ministro Nardes pediu vista do processo que beneficiava a Gautama. À época, Nardes afirmou que não conhecia Zuleido e negou que tenha sido procurado por Paulo Magalhães.

Durante a sessão desta tarde no Conselho, o próprio presidente, Ricardo Izar (PTB-SP), afirmou que a denúncia de quebra de decoro, feita pelo PSOL, não procedia. Não era o momento de votação e o presidente só vota em caso de empate em 7 a 7 no colegiado. Depois foi a vez do relator do caso, Moreira Mendes (PPS-RO), antecipar seu parecer, que só será apresentado semana que vem.

- Parece que há consenso entre todos (integrantes do conselho). Já tenho opinião formada. Não há nada de concreto que possa incriminar o deputado - disse o relator.

Durante o debate, o deputado José Carlos Araújo (PR-BA) chegou a dizer que os deputados baianos conheciam Zuleido, que sempre viajavam juntos nos vôos da terça-feira para Brasília e na volta para o estado, nas noites de quinta-feira. Ele saiu em defesa do conterrâneo:

- O PSOL tá pensando que o Conselho é delegacia de polícia.

A apresentação do relatório propriamente dito e o julgamento, de fato, ocorrerão na semana que vem.

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