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A diretoria da Copel recebe amanhã o presidente do Operador Nacional do Sistema (ONS), Mário de Melo Santos, para discutir a transferência da operação do sistema elétrico do Paraná, sob o comando da Copel, para o ONS em Santa Catarina, a partir de janeiro do ano que vem, conforme determinação da Aneel. O encontro será acompanhado pelo deputado estadual Rafael Greca (PMDB), que recentemente ajuizou uma ação para que a mudança não fosse efetivada.

De acordo com o deputado, a direção da ONS vem em busca de um acordo para que ele retire a ação. "Não vou retirar a ação. Não podemos deixar que as hidrelétricas do Paraná sejam controladas à distância, apenas por transmissão de dados. O regime de águas do Rio Iguaçu, por exemplo, precisa ser monitorado pelos engenheiros da Copel, que têm know-how das bacias paranaenses", afirma Greca.

Um dos argumentos do parlamentar é que se o sistema, controlado à distância pelo ONS, não operar as hidrelétricas do estado conforme exige o regime de águas, algumas regiões ficarão vulneráveis aos acidentes naturais. "Se um técnico vai à praia em Florianópolis, no momento errado, União da Vitória pode ser inundada", compara.

Um dos objetivos da Copel durante o encontro será garantir a manutenção da empresa como responsável pela operação de seus próprios sistemas de geração e transmissão, com os controles no Paraná – em nível de conciliação com o ONS. Ontem, na sede da Copel, o governador Requião disse ao deputado Rafael Greca, ao presidente da empresa, Rubens Ghilardi, aos engenheiros Rossafa e Morozowicz e à toda a diretoria da empresa, que quer apoiar a posição do deputado estadual e lutar até o fim contra a decisão da Aneel de transferência de operação do Paraná para Santa Catarina.

Apesar de seu elevado padrão de qualidade, a operação integrada de geração, transmissão e distribuição da Copel está ameaçada pelo modelo de privatização do setor elétrico brasileiro. "O Operador Nacional do Sistema, que não possui nenhuma hidrelétrica, sequer um poste ou um único transformador, quer transferir todos os controles para a ilha de Santa Catarina", argumenta Greca.

A direção da Copel lembra que, em 51 anos, a empresa pública construiu linhas de transmissão e usinas que proporcionam ao Paraná a infra-estrutura necessária ao crescimento do estado. A operação dessa complexa rede, integrada ao sistema elétrico nacional, motivou constante evolução nos recursos de supervisão e controle, processos associados e principalmente no aprimoramento das pessoas que atuam na operação.

Ação popular

A Justiça Federal acolheu em setembro a ação popular proposta pelo deputado Rafael Greca. A juíza federal Gisele Lemke, da 2.ª Vara de Curitiba, concedeu a primeira decisão favorável à ação. A Justiça adiou a decisão liminar até que a Aneel apresente sua defesa. A Aneel tem o prazo de 60 dias para se manifestar sobre a mudança, determinada para janeiro próximo.

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