CPI das manifestações

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Na próxima terça-feira, os deputados Paulinho da Força e Fernando Francischini (PR) — respectivamente, presidente nacional do SDD e líder do partido na Câmara Federal — vão começar a recolher assinaturas para instalação da CPI dos Black Blocs na Casa. A intenção é investigar denúncias de que partidos políticos e outros grupos pagariam jovens para participar de manifestações. Na semana passada, o advogado dos jovens acusados de terem acendido o rojão que matou um cinegrafista da TV Bandeirantes disse que eles afirmaram ter recebido R$ 150 cada um para provocar tumultos. Segundo a revista Veja, dois vereadores do PSol do Rio admitiram ter doado recursos aos black blocs no ano passado. "A atuação deste movimento, muitas vezes violento, está afastando a população de bem das manifestações de rua", criticou Francischini. Para ser instalada na Câmara, uma CPI precisa de pelo menos 171 assinaturas.

Em alta

Câmara

A Câmara dos Deputados recuperou um pouco de sua imagem ao cassar o mandato do deputado Natan Donadon (RO), que está preso. Em agosto do ano passado, em votação fechada, os deputados mantiveram o mandato de Donadon.

Em baixa

PSol e PSTU

Os dois partidos de esquerda foram acusados nesta semana de patrocinar as ações violentas dos black blocs durante as manifestações pelo país. A polícia vai investigar as denúncias.

Requião e o pedágio

O senador Roberto Requião (PMDB-PR) poderá ter uma nova oportunidade para criticar os contratos do pedágio no estado. O deputado estadual Tercílio Turini (PPS) deverá propor à CPI do Pedágio que convide Requião para contribuir com informações e esclarecimentos sobre contratos de concessão, ações judiciais, definição de tarifas e execução de obras e serviços nas rodovias sob responsabilidade das concessionárias. O requerimento solicitando o convite será protocolado nesta segunda-feira.

Cotas

As cotas no serviço público serão tema de debate na segunda-feira na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. A comissão fez um primeiro debate sobre o assunto em setembro do ano passado. Em novembro, a presidente Dilma Rousseff enviou à Câmara dos Deputados um projeto de lei que destina para os negros 20% das vagas nos concursos. A proposta ainda não foi apreciada pelo Plenário devido a um acordo de líderes.

Contas em aberto

Depois da ameaça do DEM e do PSDB de questionarem o quórum da reunião da Comissão Mista de Orçamento da Câmara, as contas do Executivo federal de 2009, ainda na gestão Lula, e de 2011, primeiro ano do governo Dilma, foram retiradas da pauta nesta semana. O deputado Afonso Florence (PT-BA) disse que as contas já haviam sido aprovadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). "É matéria límpida e não há problemas para votá-la", disse.

Pinga-fogo

"Para o governo, a democracia é uma bomba. Essas pautas são da sociedade e o papel do Congresso é debater o que a sociedade quer. Não podemos deixar de abordar estes assuntos." Domingos Sávio (PSDB-MG), líder da minoria na Câmara dos Deputados, ao criticar o governo federal por tentar barrar as chamadas "pautas-bomba", como o fim do fator previdenciário e a criação do piso nacional para policiais.

Colaborou: Chico Marés