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Brasília (AG) – A CPI dos Bingos começa a investigar já na próxima semana as denúncias publicadas pela revista Veja de que o governo de Cuba teria doado ilegalmente US$ 3 milhões para a campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2002. Foi marcado para a terça-feira, dia 8, o depoimento de Vladimir Poleto, ex-assessor do atual ministro da Fazenda, Antônio Palocci, na época em que este era prefeito de Ribeirão Preto, e uma das fontes da nova denúncia contra o PT. No que depender da oposição, o assunto também deverá ser abordado na CPI dos Correios. Mais cautelosos que o PFL, os tucanos são contra a convocação imediata de Palocci.

O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), encaminhou ontem mesmo para a CPI dos Bingos dez requerimentos convocando todos os citados na reportagem da revista. Entre eles estão o advogado Rogério Buratti, outro ex-assessor de Palocci na prefeitura de Ribeirão Preto que confirmou a doação de Cuba em favor da campanha de Lula, o ex-tesoureiro Delúbio Soares e até mesmo o deputado José Dirceu (PT-SP), que na época era presidente do partido.

Virgílio apresentou ainda um convite pedindo que o diplomata cubano Sérgio Cervantes apresente sua versão sobre o episódio, já que foi identificado pela revista como um dos intermediários da doação ilegal. O único que ficou de fora desta lista de convocações, pelo menos por enquanto, foi o ministro da Fazenda. "O Palocci será convocado com o meu voto, mas só depois que essas pessoas ligadas a ele confirmarem as denúncias contra o ministro. Isso mostra a minha postura de sobriedade diante de denúncias tão graves", justificou Virgílio.

Já o vice-presidente do PFL, senador José Jorge (PE), considera inevitável a convocação de Palocci: "Não dá mais para adiar essa convocação. O requerimento convocando Palocci já foi apresentado. O máximo de concessão que podemos fazer é aguardar o depoimento de Poleto e Buratti para depois votarmos o requerimento."

O governo deverá unir esforços para impedir a abertura de nova frente de investigações que tenha como alvo principal o presidente Lula.

A senadora Ideli Salvatti (PT- SC) e o deputado Maurício Rands (PT-PE) tentaram desqualificar a reportagem da revista Veja, argumentando que não foram apresentadas provas que comprovem a denúncia.

"A reação da oposição é um reflexo do acirramento que já havia sido posto antes mesmo da aparição dessas novas denúncias. Eles já deixaram claro que querem centrar suas baterias contra o presidente Lula em razão do clima pré-eleitoral. Vamos continuar agindo como atuamos até aqui, no sentido de manter o foco de nossas investigações", adiantou Ideli, titular da CPI dos Correios.

O líder do PFL, senador Agripino Maia (RN), lembra que o delito do PT, se comprovado, levará à cassação do mandato do presidente Lula e do registro do partido. "Pelo código eleitoral, esse é um crime gravíssimo que poderá determinar a perda do mandato de Lula."

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