Maia esteve em Curitiba para conhecer o transporte coletivo| Foto: Daniel Caron/ Gazeta do Povo

O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT), afirmou ontem em Curitiba que as investigações sobre o caso Cachoeira não irão poupar ninguém. Para ele, tanto políticos da oposição como da situação serão atingidos, assim como pessoas ligadas ao poder Executivo, ao Ministério Público, imprensa e empresas privadas. Mas o PT deve ficar com um dos cargos "nobres" da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre as relações do contraventor Carlos Cachoeira. O deputado Odair Cunha (PT-MG) é o mais cotado para assumir a relatoria da CPMI, que deve ser instalada hoje.

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Maia, que esteve na capital paranaense para conhecer projetos de uso de biodiesel no sistema de transporte coletivo da cidade, negou que haja uma tentativa do PT de usar a repercussão do caso Cachoeira como contraponto governista ao escândalo do mensalão. Segundo ele, a CPMI fará uma grande investigação "para desmantelar esse poder paralelo que tinha tentáculos por todas as esferas de poder, sejam elas públicas ou privadas".

Segundo Maia, o governo federal não pretende "esconder" possíveis relações com agentes públicos. "Não há movimentação de nenhum partido para recuar quanto à CPMI. Todos estão mobilizados", disse. A estratégia de usar a CPI para abafar o "mensalão" foi verbalizada pelo presidente do partido Rui Falcão. "Tenho pedido inclusive que a composição da CPI esteja com aqueles quadros que tenham maior clareza política e não a transformem em um palco de disputa política entre oposição e governo", disse o presidente da Câmara. Odair Cunha, cotado para assumir a relatoria, é ligado a Maia e à ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti.

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Questionado se já teria conversado com o governador Agnelo Queiroz (PT), suspeito de ter relações com Cachoeira, Maia desconversou. "Não falei com ele, nem com o Marconi Perillo [governador de Goiás e integrante do PSDB], nem com nenhum cidadão que tenha tido qualquer tipo de envolvimento com a CPI", rebateu.

Apoio maduro

Maia também comentou a decisão do PT curitibano em não lançar candidatura própria e apoiar a candidatura de Gustavo Fruet (PDT) à prefeitura de Curitiba. Para ele, isso demonstra o amadurecimento da legenda. "O partido não precisa mais se reafirmar apenas durante o processo eleitoral, e sim por aquilo que tem mostrado na sua gestão. Assim em alguns municípios grandes, podemos apoiar aliados."

Colaborou Katna Baran, especial para a Gazeta do Povo.

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