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Romildo Comte, ex-proprietário dos Supermercados Lembrasul, falido em 2008 | Walter Alves/ Gazeta do Povo
Romildo Comte, ex-proprietário dos Supermercados Lembrasul, falido em 2008| Foto: Walter Alves/ Gazeta do Povo
  • Genildo Carvalho, presidente da comissão dos credores da empresa Megacred

Desde que a CPI das Falências da Assembleia Legislativa do Paraná começou a funcionar e notícias sobre a comissão foram publicadas na imprensa, credores de massas falidas procuram a Gazeta do Povo para reclamar do comportamento de síndicos e juízes. Segundo os credores, magistrados e administradores tem sido ineficientes em quitar as dívidas das empresas falidas, prejudicando os credores.

Marcos Stremel, ex-funcionário da empresa Etsul Transportes, falida em 1995, tenta desde 2001 comprovar problemas que identificou na falência da empresa. Stremel afirma que as denúncias foram levadas ao Ministério Público Estadual (MP), que pediu explicações na 2.ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba. Dez anos depois, Stremel diz que a investigação não andou. Para Stremel, tanto o síndico anterior da massa falida, Cle­­­menceau Merheb Calixto, quanto o atual, Ayrton Correia Rosa, não se dedicaram a resolver os problemas.

Procurados pela reportagem, Rosa disse que não iria se manifestar sobre o assunto. Já Calixto não foi localizado porque está em viagem ao exterior.

Segundo relatório parcial da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Paraná, o processo de falência da Etsul já está em fase de encerramento. O credor Marcos Stremel critica a possibilidade de finalização do processo com muitas pendências.

Quem também se diz prejudicado é Genildo Carvalho, presidente da comissão dos credores da empresa Megacred, instituição financeira falida em 2001 que deve pelo menos R$ 100 milhões a cerca de 4,5 mil credores e ao Fisco.

Carvalho lamenta a substituição do antigo administrador da massa por Marcelo Zanon Simão. "Desde que ele assumiu, não atua para levantar os bens para vendê-los. Ele tem um honorário, os bens da massa cobertos e não se preocupa em acelerar o processo, para desespero dos credores." Procurado, Simão disse que assumiu a Megacred em situa­­ção calamitosa e que está tentando resolver os problemas da massa falida da melhor maneira.

Empresário falido

Não só credores, mas também empresários falidos reclamam do sistema. Romildo Comte, ex-proprietário dos Supermer­­­ca­­­dos Lembrasul, falido em 2008, critica a gestão do síndico Marcelo Simão.

Comte diz que Simão tem sido omisso na cobrança de aluguéis atrasados em favor da massa falida. "Faz dez meses que os aluguéis estão atrasados. É obrigação do síndico promover uma ação de cobrança", afirma. Ele diz que já pediu por duas vezes, ao juiz Marcel Rotoli de Macedo, da 1.ª Vara da Fazenda Pública, a substituição de Marcelo Simão. Mas, até agora, o pedido não teria sido analisado.

Simão admitiu à reportagem que há atraso no pagamento dos aluguéis, mas atribuiu a culpa ao atual inquilino, que ocupa todos os imóveis do supermercado falido. O síndico ainda afirmou que já recorreu à Justiça para que o inquilino pague o que deve.

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