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Vice-presidente da República, Michel Temer está sendo pressionado pelo correligionário Eduardo Cunha. | Antonio Cruz/ Agência Brasil
Vice-presidente da República, Michel Temer está sendo pressionado pelo correligionário Eduardo Cunha.| Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), defendeu nesta quinta-feira (2) que o vice-presidente Michel Temer deixe o comando da articulação política do governo assim que for finalizada a votação das medidas do ajuste no Congresso Nacional. Irritado com o que chamou de atrelamento do governo à agenda do PT na Câmara, citando o caso da maioridade penal votado esta semana, Cunha disse que há uma desarticulação na coordenação e que Temer está sendo “sabotado” por parte do PT. Para o presidente da Casa, o governo erra ao entrar na pauta do PT, que segundo ele não é a defendida pela sociedade.

“Não é à toa que o governo está indo para 9% de popularidade. Está no mesmo tamanho de quem apoia a manutenção da idade penal. O líder do governo e o governo desarticulados aqui nessa Casa, a articulação política está, cada hora, indo por um caminho equivocado. Michel Temer, que entrou para tentar melhorar essa articulação política, está claramente sendo sabotado por parte do PT e acho até que, a continuar desse jeito, o Michel deveria deixar a articulação política”, disse Cunha, que acrescentou:

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“Do jeito que está indo aqui, o governo se misturando com o PT no mesmo mal, o PMDB deve ficar longe dessa articulação política porque isso não está fazendo bem para o PMDB. E, ao mesmo tempo, o governo como se comporta na Casa, não está fazendo bem a ele”.

Indagado se defendia a saída de Michel Temer da articulação após a votação do ajuste fiscal, Cunha confirmou: “É a minha opinião”.

O presidente da Câmara fez questão de citar a atuação do líder do governo, José Guimarães (PT-CE), em encaminhar contra a redução da maioridade quando a maioria dos partidos da base aliada eram favoráveis à medida. Ele voltou a dizer que agiu de acordo com as normas regimentais para recolocar a votação da redução da maioridade penal em votação e disse não estar preocupado com a ameaça de entrada com mais um mandato de segurança contra ele no Supremo Tribunal Federal.

Segundo ele, o PT tem o “hábito” de judicializar questões quando perde em plenário, mas apenas em relação a matérias ligadas à pauta ideológica. “O PT tem esse hábito de querer judicializar os processos. Entraram contra a terceirização, contra o financiamento e não obtiveram êxito. Quando tomei decisões nas MPs do ajuste fiscal ou nas desonerações, eles não reclamaram. Só reclamam quando vai na pauta ideológica deles. Não tenho dúvida que não tomei, nem tomarei decisões contra o regimento”, ironizou Cunha.

Para o deputado, a ameaça de parlamentares de recorrer novamente ao Supremo contra ele “é choro de quem não tem voto, que está entrando na agenda que não é da sociedade”.

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