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Cunha chorou durante a leitura da carta de renúncia | Marcelo Camargo/Agência Brasil
Cunha chorou durante a leitura da carta de renúncia| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O deputado federal Eduardo Cunha (PMDB) tornou-se nesta quinta-feira (7) o quarto presidente da Câmara a renunciar desde o fim da ditadura militar, em 1985, mas apenas o segundo a fazer isso em meio a denúncias de corrupção.

Chorando, Cunha anunciou a decisão durante uma coletiva de imprensa. Ele culpou o Supremo Tribunal Federal (STF), que o afastou da função, e a Procuradoria-Geral da República (PGR), que o investiga. O deputado ainda disse que estaria pagando o preço de ter dado início ao processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.

Com renúncia, estratégia de Cunha é emplacar o sucessor e salvar o mandato

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Antes dele, o tucano Aécio Neves (em 2002), o pepista Severino Cavalcanti (2003) e o atual presidente interino Michel Temer (2010) também abdicaram do cargo.

Como Cunha, Cavalcanti foi o único desses que tomou a atitude pressionado por denúncias de corrupção. O pepista deixou o cargo após virem à tona denúncias de que cobrava R$ 10 mil mensais (equivalentes a R$ 18,8 mil hoje) em propina ao empresário Sebastião Buani, que tinha lanchonetes na Câmara. O episódio ficou conhecido como “mensalinho”.

Para evitar ser cassado, Cavalcanti também abriu mão de seu mandato de deputado federal, reafirmando, contudo, sua inocência.

“Todos seremos, muito breve, julgados pelo povo. Para quem dedicou sua vida à política, esse é o julgamento que conta, a sentença que importa. Voltarei. O povo me absolverá”, disse em seu discurso final.

Três anos depois, em 2008, Cavalcanti foi eleito para seu único cargo público desde o escândalo -prefeito de João Alfredo, cidade de 30 mil habitantes no agreste pernambucano.

Já Aécio Neves renunciou em 2002, pouco depois de ser eleito governador de Minas Gerais. Embora o novo cargo tenha sido sua justificativa oficial, a imprensa noticiou, na época, que o tucano saiu da presidência porque se opunha a um reajuste de 50% reivindicado pelos parlamentares - um dos principais defensores do aumento, aprovado dias depois da saída de Aécio, era Severino Cavalcanti.

Já Temer abdicou após ser eleito vice na chapa da presidente afastada Dilma Rousseff, em 2010.

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