O assessor de imprensa da Cúria Metropolitana de São Paulo, padre Juarez de Castro, afirmou nesta segunda-feira (29) que o padre Júlio Lancelotti se afastou das celebrações da missa na paróquia de São Miguel, na Mooca, Zona Leste da capital, por vontade própria. Segundo o padre Juarez, não houve qualquer determinação da cúria solicitando o afastamento de Lancelotti e o mesmo teria tomado a decisão de se afastar temporariamente em razão do assédio da imprensa durante as celebrações.
Há cerca de duas semanas, Padre Júlio não celebra mais missas na igreja da Mooca. No início de outubro, Lancelotti denunciou à polícia a extorsão de dinheiro que supostamente vinha sofrendo há três anos de um ex-interno da Fundação Casa (antiga Febem), Anderson Marcos Batista, de 25 anos. Inicialmente ele informou que havia entregue cerca de R$ 50 mil, ao ex-interno, a mulher dele e outros dois suspeitos. Posteriormente, disse que o valor tinha sido de R$ 80 mil. Já a defesa do ex-interno afirma que Anderson teria recebido do padre mais de R$ 600 mil durante oito anos.
No dia 24, a polícia abriu inquérito para investigar se o padre Júlio Lancelotti cometeu corrupção de menor dentro da Casa Vida. A denúncia surgiu depois que o padre denunciou à polícia que é vítima de extorsão.
O assessor da Cúria informou ainda que não procede a informação de que a instituição pediu à polícia sigilo sobre as investigações relacionadas ao padre.
Depoimentos e transferências
Também nesta segunda-feira, duas testemunhas ligadas à investigação sobre a denúncia de extorsão feita pelo padre Júlio Lancelotti prestam depoimento à polícia. Os nomes delas não foram revelados.
Dois acusados de extorquir o padre foram transferidos nesta manhã para o Centro de Detenção Provisória Belém, na Zona Leste da Capital, segundo informou a Secretaria de Segurança de São Paulo (SSP).
Um deles é Anderson Marcos Batista, preso no 31º Distrito Policial, no bairro de Vila Carrão (Zona Leste), desde a última sexta-feira (26). Anderson e o outro acusado foram submetidos nesta manhã a exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal Central. Após o exame, que é rotineiro, ocorreu a transferência.
A mulher de Anderson, detida no 97º Distrito Policial, foi encaminhada nesta segunda-feira ao Centro de Detenção Provisória Feminino, que fazia parte do Complexo do Carandiru, na Zona Norte.
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