Em fevereiro, um ato pediu a redução dos salários dos vereadores de Curitiba: pressão por enxugamento.| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

Em 2016 cada habitante das capitais brasileiras vai pagar, em média, R$ 59,68 para manter as câmaras municipais em funcionamento. Os moradores de Palmas (TO) são os que vão desembolsar o maior valor para financiar o trabalho dos vereadores: serão R$117,92 por pessoa. O Legislativo municipal com menor custo per capita é o de São Paulo, onde a Câmara custa R$ 47,41 por morador. Em Curitiba, o custo previsto para este ano é de R$ 73,92 para cada um dos 1.893.997 habitantes.

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TABELA: Veja os custos por capital

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O levantamento feito pela reportagem da Gazeta do Povo levou em conta os valores previstos na subfunção orçamentária Ação Legislativa nos orçamentos anuais das capitais dos estados do país.

O levantamento não considerou as cidades de Aracaju (SE), Boa Vista (RR), Macapá (AP), Manaus (AM) e São Luís (MA) porque nem as prefeituras nem as câmaras municipais disponibilizam os orçamentos anuais nos portais da transparência.

Gabinetes

Segundo estudo publicado pela ONG Transparência Brasil, a capital paulista é a campeã em verba de gabinete: cada vereador dispõe de R$ 130,1 mil, “montante semelhante ao dos deputados estaduais de São Paulo e que chega a ser 41% a mais que o disponível na Câmara dos Deputados”. A publicação cita ainda que a capital carioca tem a segunda Câmara que mais gasta com assessores parlamentares: R$ 89,9 mil mensais.

Em valores absolutos, a Câmara Municipal do Rio de Janeiro é a que dispõe do maior orçamento. A Lei Orçamentária Anual da cidade prevê o repasse de R$ 609 milhões para o Legislativo municipal. A Câmara com menos recursos é a de Rio Branco (AC), cuja previsão para 2016 é de R$ 23,9 milhões.

Como é calculado

O porcentual do Orçamento do município que é destinado às câmaras municipais está previsto na Constituição Federal. De acordo com uma emenda ao texto promulgada em 2009, os recursos das casas legislativas municipais variam de 3,5% a 7% do valor arrecadado com tributos e transferências no ano anterior.

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A variação acontece em decorrência do número de habitantes de cada cidade. Em Curitiba, a alíquota aplicada é de 4,5%, que vigora em municípios com população entre 500 mil e 3 milhões de habitantes.

O que mais pesa

Do orçamento de R$ 140 milhões previstos para a Câmara de Curitiba em 2016, R$ 79 milhões já haviam sido empenhados entre janeiro e agosto.

De acordo com a última prestação de contas feita pela diretoria financeira do Legislativo, referente ao primeiro quadrimestre de 2016, 77% de todas as despesas da Câmara foram destinadas para pagamento de pessoal. A maior fatia, cerca de 40%, vai para os servidores efetivos da Casa. Os comissionados ficam com 32,5% e os subsídios dos vereadores representam 7% da verba de pessoal.

Na Câmara de Curitiba, cada parlamentar pode nomear até sete assessores em seu gabinete. A chamada verba de gabinete custa mensalmente R$ 51.533,76 por parlamentar.

R$ 73,92

é o custo previsto para este ano em Curitiba para cada um dos 1.893.997 habitantes para manter a Câmara Municipal.

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De acordo com um estudo publicado pela ONG Transparência Brasil, nas câmaras municipais as disparidades em relação à verba de gabinete para pagamento de funcionários comissionados são grandes. Em média, os vereadores das capitais dispõem de R$ 37,1 mil para contratação de assessores.

Custo per capita

Em média, as câmaras municipais das capitais dos estados brasileiros custam R$ 59,68 por habitante. Confira o ranking:

Em R$
Cidade Custo per capita

Palmas (TO)

117,92

Florianópolis (SC)

117,09

Belo Horizonte (MG)

95,56

Rio de Janeiro (RJ)

93,83

Recife (PE)

86,74

Porto Alegre (RS)

85,22

Campo Grande (MS)

79,05

Natal (RN)

79,02

Vitória (ES)

77,52

Cuiabá (MT)

77,13

Curitiba (PR)

73,92

João Pessoa (PB)

69,85

Teresina (PI)

68,19

Goiânia (GO)

65,58

Rio Branco (AC)

63,39

Porto Velho (RO)

63,00

Fortaleza (CE)

60,18

Salvador (BA)

54,77

Belém (PA)

53,93

Maceió (AL)

53,84

São Paulo (SP)

47,41