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Osmar: decisão sobre candidatura sai hoje. | Daniel Derevecki/ Gazeta do Povo
Osmar: decisão sobre candidatura sai hoje.| Foto: Daniel Derevecki/ Gazeta do Povo

O senador Osmar Dias (PDT) ainda espera um acordo com o governador Orlando Pessuti (PMDB) para viabilizar sua candidatura ao Palácio Iguaçu. Na noite de terça-feira os dois se reuniram para uma demorada conversa. Ontem, eles voltaram a se falar por telefone, por mais de meia hora. Em pauta, uma possível desistência de Pessuti de concorrer ao governo para que o PMDB venha a apoiar Osmar.

O anúncio da decisão do pedetista – se concorre ao governo com o apoio do PMDB e do PT ou se disputa a reeleição ao Senado na mesma chapa em que o tucano Beto Richa disputará o cargo de governador – é esperado para os próximos dias, talvez hoje mesmo.

Oficialmente, tanto Osmar quanto Pessuti negam um acordo. "Temos conversado muito, todo o tempo. Estivemos juntos pessoalmente na terça. Conversamos hoje [ontem] por telefone , mas minha candidatura está de pé", disse Pessuti.

"O Pessuti continua candidato e eu não vou ser homem de dividir palanque", afirmou Osmar, negando, dessa maneira, que ele e o peemedebista pudessem apoiar a pré-candidata petista à presidência, Dilma Rousseff, e depois negociarem apoio num eventual 2.° turno na disputa pelo governo.

No entanto, a aproximação das legendas é cada vez maior. Ontem, o presidente estadual do PMDB, Waldyr Pugliesi, um dos principais entusiastas da candidatura Pessuti, afirmou que as conversações foram "produtivas e avançaram no sentido de entendimento entre PT, PDT e PMDB".

Segundo ele, todas as hipóteses foram discutidas no encontro, incluindo a possibilidade de desistência de Pessuti. "Em uma conversa, todas as hipóteses são colocadas. Temos o Pessuti como candidato. Mas, conversando, é claro que podemos chegar a outras posições", declarou. "As coisas não estão fechadas para nenhum dos lados. Tudo vai ficar para a 25.ª hora."

A afirmação foi uma crítica direta às manifestações do PSDB de que já teria fechado acordo com Osmar na chapa encabeçada por Beto Richa. "Se já existisse acordo, o Osmar não teria conversado com o Pessuti como conversou ontem [terça-feira]", disse Pugliesi.

Na segunda-feira, o presidente estadual do PSDB, Valdir Rossoni, declarou que "Osmar e Beto subiriam no mesmo palanque até quarta-feira [ontem]."

A afirmação gerou críticas por parte do próprio Osmar que, de manhã, chegou a declarar que "não precisava de ventríloquo". Mais tarde, o senador minimizou as declarações, dizendo que poderia ter "exagerado, mas que o deputado Rossoni não poderia falar em nome dele".

Um dos sinais de intensificação nas conversas dos partidos da base aliada do governo federal no Paraná pôde ser visto ontem num evento em Adrianópolis, na região do Vale do Ribeira. Pessuti estava acompanhado do deputado Ênio Verri, presidente estadual do PT.

A aliança com Osmar seria de interesse do PT nacional e do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, já que, com Osmar candidato, Dilma Rousseff, pré-candidata petista à presidência, garantiria um palanque de força em um estado considerado chave para o pleito nacional.

A pressão vinda de Brasília teria chegado até Pessuti. Segundo uma liderança peemedebista, Pessuti já teria até desistido da candidatura. "Ele pediu para indicar o vice, mas já admitiu abrir mão e aí o PT vem junto", disse a fonte.

Apesar de toda a movimentação de bastidores, Osmar evitou dar qualquer antecipação sobre seu futuro político. "Vou ouvir os colegas do PDT", disse ele, que não descartou um possível acordo com os tucanos – apesar das críticas que fez a Rossoni.

Se não obtiver o apoio necessário para a candidatura ao governo, Osmar disputaria a reeleição ao Senado em uma eleição teoricamente mais tranquila, ao lado de aliados tradicionais como o presidente do DEM no Paraná, deputado Abelardo Lupion, e do próprio pré-candidato à presidente pelo PSDB, José Serra, que classifica Osmar como um "amigo pessoal".

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