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As declarações dos deputados do PMDB Cláudio Rorato (federal) e Dobrandino da Silva (estadual) divulgadas pela TV Paranaense sobre os protestos na fronteira ocorridos em março ganharam novos contornos. Ao mesmo tempo em que os parlamentares negam que incentivaram o fechamento da Ponte da Amizade, seus adversários atacam pesadamente as declarações.

A matéria mostra os dois numa reunião com dirigentes paraguaios, dia 11, em Ciudad del Este, para discutir o impasse fronteiriço. Rorato aparece dizendo: "Se vocês jogarem mais pesado, daqui pra frente, não vai nem pra lá, nem pra cá (...) Então vai continuar, enquanto não tiver uma pressão pesada". Já Dobrandino sustenta que tem "tem que protestar sim. Não passa nem para lá, nem para cá. Se fechar essa ponte (Ponte da Amizade) 15 dias, olha, mata as duas cidades. Eles são obrigados a escutar".

O PPS de Foz do Iguaçu emitiu nota de repúdio se dizendo estarrecido com a reportagem. "O ato dos dois parlamentares em fomentar retaliações de um país vizinho contra sua própria nação (caracteriza crime de traição à pátria), deve ser exemplarmente punido, inclusive com a perda dos mandatos". O partido lembrou, inclusive, Dobrandino é presidente do PMDB e líder do governo do estado na Assembléia Legislativa.

Ontem, Dobrandino e Rorato disseram que não incentivaram o fechamento da fronteira como forma de pressionar o governo do Brasil a acabar com as apreensões de veículos paraguaios. E garantiram que, diferente do veiculado na imprensa, "apóiam sim" os trabalhadores brasileiros e paraguaios na luta por condições de trabalho dignas.

Dobrandino disse que suas declarações, "contidas nas gravações, foram editadas e que a matéria não as contextualiza com tudo que foi discutido na reunião realizada em Ciudad del Este". Ele anunciou que "continuará cobrando das autoridades as contrapartidas anunciadas e prometidas para a legião de 50 mil brasileiros que tinha no comércio comprista no Paraguai a única renda e o único sustento de suas famílias".

A reportagem tentou contato com o delegado da Receita Federal, José Carlos de Araújo, mas ele estava em reunião nas três tentativas de entrevista. No dia 6 de março, a Receita Federal iniciou em Foz operação para apreender veículos paraguaios com muamba.

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