Ex-presidente Lula é próximo a executivos da OAS e da Odebrecht.| Foto: Ricardo Stuckert/ Instituto Lula/Fotos Públicas

Novos acordos de delação premiada da Operação Lava Jato podem encurtar o caminho de investigação sobre a possível ligação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com desvios na Petrobras e obras em imóveis em Guarujá (SP) e Atibaia (SP) para a família do petista.

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O executivo da OAS José Adelmário Pinheiro, o Léo Pinheiro, admitiu a amigos querer colaborar com as investigações. A colunista Monica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo, revelou que Marcelo Odebrecht liberou diretores da empresa a falarem sobre o caso.

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Executivo da OAS, José Adelmário Pinheiro, o Léo Pinheiro. 

Os possíveis acordos não são confirmados pelas defesas dos executivos. Pinheiro é próximo a Lula e teria resolvido falar depois do entendimento do Supremo Tribunal Federal de execução de penas após confirmação de sentença em segunda instância – ele aguarda julgamento de recurso sobre sua condenação de 16 anos e quatro meses de prisão.

O executivo também estaria receoso sobre mensagens de celular apreendidas pela Polícia Federal em que discutia pagamentos a políticos.

Já Odebrecht estaria mantendo a decisão de não colaborar com as investigações, mas não teria apresentado resistência à informação de que diretores e ex-executivos da empreiteira pretendem fechar acordos com o Ministério Público Federal.

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São investigados da Odebrecht na Lava Jato: Alexandrino de Salles Ramos de Alencar, Cesar Ramos Rocha, Paulo Sérgio Boghossian, Márcio Faria da Silva, e Rogério Santos de Araújo – apenas os dois últimos são mantidos presos, além do próprio Odebrecht.

Outros executivos da OAS, como Agenor Franklin Magalhães Medeiros, também devem participar do acordo, relatando casos de corrupção. Nos esboços das declarações, que estão sendo escritos nesta semana, Pinheiro deve dizer que a empresa preparou o apartamento do Guarujá para Marisa, mulher de Lula, e que, posteriormente, ela não quis ficar com o imóvel. Ele deve confirmar que a OAS bancou parte das reformas no sítio.

O que os investigados podem dizer

A obra no sítio em Atibaia foi tocada por uma espécie de consórcio informal de amigos de Lula, formado por OAS, Odebrecht e Usina São Fernando, do pecuarista José Carlos Bumlai.

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A Odebrecht já confirmou que um de seus funcionários, Frederico Barbosa, atuou na reforma, mas não explicou até agora de onde veio o dinheiro para as obras.

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Léo Pinheiro contará que pagou dívidas da campanha de Dilma Rousseff de 2010, para a agência Pepper, que cuidava da imagem dela nas redes sociais. No total, foram pagos pela OAS R$ 717 mil à agência.

Em outro acordo de delação, a Andrade Gutierrez já relatou ter pago cerca de R$ 6 milhões à Pepper, também em 2010, por meio de caixa dois. A empresa negou enfaticamente ter recebido pagamentos ilícitos. A OAS e a Odebrecht ganharam em consórcio dois dos maiores contratos da Petrobras.