O julgamento do processo do mensalão provocou desgaste no ex-ministro de Lula – condenado por corrupção, Dirceu ficou isolado no próprio partido| Foto: /

O lobista Milton Pascowitch, novo delator da Operação Lava Jato, disse que o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu cobrou propina da empreiteira Engevix e usou os valores para tentar reconstruir sua imagem pública, em meio ao processo do mensalão. Parte dos valores teria sido oculta em pagamentos de falsas consultorias e em reformas de imóveis.

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O julgamento do processo do mensalão provocou desgaste no ex-ministro de Lula – condenado por corrupção, Dirceu ficou isolado no próprio partido.

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Dono da Jamp Engenheiros Associados, empresa que pagou R$ 1,45 milhão a Dirceu entre 2011 e 2012 por supostas consultorias prestadas para a Engevix, Pascowitch revelou que o ex-ministro iniciou o recebimento de valores da empreiteira por serviços efetivamente prestados de consultoria e prospecção de negócios.

A JD Assessoria e Consultoria, empresa usada pelo ex-ministro para consultorias após sua saída do governo, recebeu ao todo R$ 2,6 milhões entre 2008 e 2012, segundo declaração feita à Receita. Os pagamentos saíram da Engevix (R$ 1,2 milhão entre 2008 e 2010) e da empresa do lobista, a Jamp (R$ 1,4 milhão, entre 2011 e 2012).

Posteriormente, os pagamentos continuaram sem a efetiva contraprestação de serviços. Dirceu teria passado do recebimento por serviços prestados, mas não efetivados, para pedidos pontuais de pagamentos que eram de propina. Parte do dinheiro teria servido para pagamentos de viagens do ex-ministro.

Prisão domiciliar

Após 39 dias preso, Pascowitch foi transferido para prisão domiciliar – com uso de tornozeleira eletrônica – na segunda-feira passada, após firmar delação premiada com o Ministério Público Federal. O juiz Sérgio Moro, que conduz as ações da Lava Jato, homologou a colaboração e autorizou prisão domiciliar para Pascowitch.