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O economista Delfim Netto, ex-deputado federal e ex-ministro da Fazenda, Agricultura e Planejamento, afirmou ontem em Curitiba que para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, dar certo, é necessário um esforço concentrado no setor energético. Ele participou das comemorações dos 60 anos do Tribunal de Contas do Estado (TC), ministrando palestra para os funcionários do tribunal.

Para Delfim Netto, a grande vantagem do PAC nesse novo processo de desenvolvimento do país é que o programa "pôs à mesa o problema do crescimento". Para ele, a garantia de energia é que pode trazer mais investimentos ao país. "O que precisamos mesmo é de hidroelétricas. A crise de 2001, do apagão da energia, acabou com a matriz energética do país. E hoje não estamos muito diferentes. Por isso, é preciso atenção", disse.

O ex-ministro falou também sobre um caminho pelo qual o país deveria seguir para retomar o crescimento. Os quatro eixos seriam paz, tributação leve, estado amigável com o setor privado e tolerável administração da Justiça.

Corrupção, PAC e carga tributária também foram temas da palestra. O ex-deputado fez um trocadilho para referir-se a esse último tema, afirmando que o Brasil é um país que poderia ser chamada de "Ingana". "Atualmente, nós temos a maior carga tributária dentre inúmeros países. E os piores serviços. No Brasil, paga-se os impostos de uma Inglaterra e temos os serviços de Gana. Por isso, é um país que poderia ser chamado de ‘Ingana’", disse Delfim Netto.

Delfim acredita que o Poder Legislativo e os parlamentares deveriam se praparar melhor para ajudar o país a crescer. Segundo Delfim Netto, se o Legislativo fosse melhor preparado não haveria a subordinação em relação ao Executivo. Um exemplo citado pelo ex-ministro na relação entre esses poderes está na elaboração do orçamento. "O orçamento precisa ser um produto de harmonia entre o Executivo e o Legislativo, para que o parlamento não inche demais o orçamento e o falsifique, pois não há a verba", disse.

As críticas de Delfim Netto referentes a órgãos públicos terem equipes técnicas mais preparadas estendeu-se também ao Executivo. Por isso, segundo ele, a função dos tribunais de contas é tão importante. "Os TC’s estão se aperfeiçoando, preparando seus agentes públicos".

Comemorações

O TC organizou ontem um dia para marcar os 60 anos de atividades. Além da palestra de Delfim Netto, foi lançado um selo referente à data, em conjunto com a Empresa de Correios e Telégrafos, além de um carimbo comemorativo. Na segunda-feira, a Assembléia Legislativa presta homenagem ao tribunal.

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