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Após reunir suas bancadas nesta quarta-feira, o Democratas (Ex-PFL) e o PSDB decidiram trabalhar pela criação da CPI do Apagão Aéreo no Senado. A decisão da bancada tucana foi por unanimidade, afirmou o senador Marconi Perillo (GO). Os 13 apoios do PSDB, somados às 17 assinaturas que o Democratas (Ex-PFL) já garantira ter, ultrapassam o mínimo de adesões exigido para a instalação de uma CPI no Senado, que é de 27 nomes.

O líder do DEM, José Agripino Maia (RN), e o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM) devem começar ainda nesta quarta-feira a coletar as assinaturas.

A demora do Supremo Tribunal Federal (STF) em analisar o mandado de segurança da oposição solicitando a instalação da CPI do Apagão na Câmara , onde o governo Lula dispõe de uma maioria confortável, levou as cúpulas do PSDB e do Democratas a começar a falar sobre esta outra CPI para investigar o mesmo assunto.

A princípio, os Democratas pensaram em propor aos tucanos um esforço para garantir a instalação de uma CPI mista, para driblar a demora do STF em analisar o recurso da oposição. Mas o PSDB considerou que a iniciativa poderia soar como uma afronta ao STF, que deve definir até o fim do mês se a Câmara terá ou não de instalar a CPI do Apagão requerida pela oposição. Os tucanos concordaram, porém, com os argumentos de que a investigação sobre a crise aérea é fundamental e que, no Senado, as chances do governo de controlar a CPI são menores do que na Câmara.

CPIs da Nike e do Futebol também trataram mesmo assunto nas duas casas

Segundo Agripino, essa não seria a primeira vez que a Câmara e o Senado promoveriam investigações paralelas sobre o mesmo assunto, como as CPIs da Nike e do Futebol que investigaram os contratos da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) com alguns patrocinadores da seleção brasileira, assim como as negociações de jogadores com times no exterior.

A proposta de uma investigação dupla no Congresso sobre o apagão aéreo, no entanto, não é um assunto pacífico dentro do PSDB. Muitos tucanos estão preocupados com um possível desgaste da oposição, que no ano passado não conseguiu arranhar como queria a imagem do governo Lula com as investigações promovidas pelas CPIs dos Correios e dos Bingos.

O maior temor é que esse instrumento de investigação do Legislativo acabe banalizado e provoque novos arranhões na já combalida credibilidade dos parlamentares brasileiros.

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