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Ainda sob o impacto do enfraquecimento político no Congresso decorrente da perda de parlamentares para o recém criado PSD, o DEManalisou nesta quinta-feira (29) uma pesquisa que servirá de base para reconstrução do partido, que deve ocorrer com base nos valores conservadores da sociedade.

"O partido tem que reforçar que é um partido de valores, aqueles que são majoritários na sociedade, que é uma sociedade conservadora", argumentou o vice-presidente nacional do DEM, José Carlos Aleluia.

A pesquisa encomendada ao Instituto GPP ouviu 2 mil pessoas em todo país no mês de agosto, e foi apresentada à Executiva do partido nesta quinta. O levantamento apontou que o DEM estava certo ao se posicionar de forma contrária à política de cotas raciais nas universidades, por exemplo.

"Todos nos acusaram de ser contra a cota racial e nós acertamos na mosca, porque a sociedade defende apenas a cota social", afirmou Aleluia em conversa com jornalistas nesta quinta. Segundo o levantamento do DEM, 50,3% dos brasileiros são contra o mecanismo.

Outros pontos que devem balizar o partido nas disputas municipais dizem respeito à redução da maioridade penal, apoiada por 90% dos entrevistados, a defesa da aula de religião nas escolas, apoiada por mais de 79% da população, ou ainda se posicionar contrário à legalização do aborto, rejeitada por mais de 77% dos brasileiros.

Aleluia tenta minimizar a perda de força política do DEM, que perdeu 17 deputados para o PSD, e diz que os que saíram não representam grande perda de lideranças políticas.

"Os que saíram era porque queriam ir para o governo. Só tivemos problemas maiores com a perda de lideranças em São Paulo e em Santa Catarina", analisou.

O DEM também acredita que a saída de algumas lideranças regionais da legenda para o novo partido ajudarão a reduzir a disputa por espaços políticos nos Estados.

"Em Santa Catarina, num único ato com jovens empresários filiamos 1.025 pessoas", exemplificou Aleluia.

Corrupção

Na avaliação do DEM, as denúncias de corrupção têm atingido o governo, mas o discurso do Executivo de debitar as acusações na conta da classe política também tem surtido efeito.

Para 44,5% dos entrevistados pela pesquisa do DEM, a corrupção no país é "muito alta", se o recorte considerar apenas quem recebe acima de dez salários mínimos esse percentual sobe para 67,4%.

Mas questionados sobre quem é o maior responsável pela corrupção, apenas 11,6% culpa a presidente Dilma Rousseff e seus auxiliares. Outros 8,7% responderam que a corrupção é uma herança do governo Lula. Mas a maioria, 58,8%, acusa os "políticos em geral" pelas denúncias.

"Temos que deixar claro nas próximas eleições que não temos nada a ver com a corrupção, que isso é culpa do governo", disse.

O DEM também aposta que se a crise financeira mundial piorar e atingir o Brasil, as dificuldades do governos nas áreas de segurança, saúde e educação ficarão aparentes e abriria uma oportunidade para a oposição retomar o poder. "O pau da barraca deles é a economia", afirmou o vice-presidente do DEM.

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