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Senador Demóstenes Torres vai ao Senado e se increve para discursar na sessão plenária. O parlamentar, que teve a cassação aprovada pelo Conselho de Ética, deixou a Casa sem falar com os jornalistas | Antônio Cruz/ABr
Senador Demóstenes Torres vai ao Senado e se increve para discursar na sessão plenária. O parlamentar, que teve a cassação aprovada pelo Conselho de Ética, deixou a Casa sem falar com os jornalistas| Foto: Antônio Cruz/ABr

O senador Demóstenes Torres (sem partido, ex-DEM-GO) voltou a negar nesta segunda-feira (2), em discurso no plenário do Senado, que tenha qualquer relação com as atividades do contraventor Carlinhos Cachoeira, preso em fevereiro na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal.

O parlamentar voltou a reforçar que as escutas feitas pela Polícia Federal são ilegais, não foram periciadas, e que sua defesa notou que há discrepâncias entre as gravações e as transcrições. O senador também afirma que o vazamento do material foi seletivo, para prejudicá-lo, e que está com a "consciência tranquila".

Demóstenes afirmou que era amigo do contraventor Carlinhos Cachoeira, mas destacou que não usou seu mandato para beneficiar o bicheiro ou para trabalhar pela legalização do jogo no país. "Fui amigo de Carlinhos Cachoeira (..) Mas nunca tive negócios legais ou ilegais com ele. O que disse naquele discurso, repito aqui, porque se trata da verdade. Não, eu não tenho nem sociedade nem nada a ver com os delitos investigados pelas operações da PF (Polícia Federal). Não, eu não coloquei meu mandato a serviço de Cachoeira, mas somente à disposição das forças produtivas do meu estado e do Brasil. Nunca pedi nada de ilegal a nenhum deles nem a ninguém, só atuei em defesa do desenvolvimento do meu estado", afirmou Demóstenes.

Ele ainda negou que tenha contratado servidores fantasmas, ou recebido benefícios como o pagamento de fretes em viagens em aviões fretados. "Asseguro que em nenhum momento faltei com a verdade no meu pronunciamento (de 6 de março)".

Em seu discurso, Demóstenes ainda acusou a imprensa. "No âmbito jurídico nem sequer fui acusado. Mas nas manchetes já foi denunciado, julgado e condenado. Infâmia ao extremo e não tenho como reagir. (...) A tática dos detratores é implodir vagarosamente o edifício da probidade construída durante anos. Tem sido uma destruição, tijolo a tijolo, e o ardil de vazar em pílulas para derrotar minha imagem", disse.

O senador, que teve parecer por sua cassação aprovado pelo Conselho de Ética na semana passada, argumentou ainda que a conclusão do relator do pedido de cassação no Conselho de Ética, senador Humberto Costa (PT-PE), teve como base gravações montadas e apenas uma mínima parte do material coletado pela Polícia Federal. Afirmou também que as respostas que deu ao conselho não foram levadas em consideração.

Ele informou que vai discursar diariamente, até a próxima quarta-feira (11), quando o pedido de sua cassação deve ser votado no plenário. Antes, o parecer de Costa passa pela análise da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), na quarta-feira (4).

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