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O deputado estadual Nereu Moura (PMDB) afirmou ontem que a denúncia feita pelo Ministério Público é uma armação política contra ele. "Vou desmontar um a um os argumentos deles", disse, em uma entrevista concedida de seu sítio, em Catanduvas, no interior do estado. Segundo ele, os fatos que agora foram levados à Justiça já foram investigados em pelo menos três outras ocasiões: pelo Ministério Público Estadual, pela Receita Federal e por uma auditoria da Assembléia Legislativa. Todas as três teriam comprovado que não houve irregularidades.

Moura diz que vai mostrar documentos na próxima terça-feira, em uma coletiva que concederá à imprensa, para derrubar os pontos levantados contra ele. Um dos documentos mostraria que ele nunca recebeu dinheiro de Paulo Gomes Júnior, que é apontado pelos procuradores como o intermediador do esquema. "Apenas uma vez o Paulinho depositou dinheiro em uma conta minha, para me ressarcir de um gasto que tive para organizar um seminário sobre pedágio", afirma.

Para explicar porque Paulo Gomes Júnior fazia depósitos para os outros funcionários da liderança do PMDB, operação documentada na denúncia do Ministério Público, Nereu Moura diz que nem todos os funcionários do gabiente do partido trabalhavam em tempo integral lá. "O gabinete é muito pequeno e não era possível que todos os nossos funcionários permanecessem lá", diz ele. Por isso, alguns trabalhavam fazendo "serviços externos", comparecendo apenas esporadicamente à Assembléia. Paulo Gomes Júnior receberia o salário deles e depois seria feito o repasse.

"Esse é um procedimento adotado por várias lideranças na Assembléia e que também existe no Congresso Nacional", afirma ele, dizendo que o Ministério Público já fez uma investigação sobre o assunto e chegou à conclusão de que não há nada ilegal nisso. "Só o Ministério Público Federal está encontrando irregularidades", diz.

Sobre o caso de Elza Chrispin, Nereu Moura diz que não sabia de sua situação. "Como nem todos os funcionários ficam lá, não conhecia todos", afirma o deputado, que diz ter mantido no gabinete exatamente a mesma estrutura que recebeu de seu antecessor na liderança do PMDB, o atual vice-governador do estado Orlando Pessuti. "A Receita Federal já apurou o caso dessa senhora e afirmou que não houve crime fiscal", diz. (RG)

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