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Não foi só o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que recebeu críticas dos deputados estaduais. Sobrou também para o Tribunal de Contas (TC) do Paraná, que foi acusado pelo presidente estadual do PSDB, Valdir Rossoni, de ser o principal responsável pela situação complicada do deputado Antonio Belinati (PP), que teve o registro da candidatura casssada pelo TSE após ser eleito pela quarta vez prefeito de Londrina.

Segundo o deputado, o TC emitiu parecer favorável às contas do ex-prefeito, mas depois voltou atrás e deu novo parecer que foi considerado sem validade pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE). "A partir do momento que ele revisou uma decisão, assumiu o erro. O TC deve estar de luto porque grande parte dos problemas envolvendo Belinati foram decisões que não foram consideradas válidas porque o tribunal não teria autoridade para esses atos", disse.

O deputado levantou dúvidas sobre a isenção do TC em casos envolvendo outros candidatos a prefeito do Paraná. O tribunal, segundo ele, divulgou a lista dos inelegíveis, mas depois começou a retirar nomes. "Não vamos esconder o sol com peneira. No Paraná, está ocorrendo isso em muitos municípios, mas a culpa é nossa porque somos o comando do TC e temos que colocá-lo no seu devido lugar, como órgão auxiliar da Assembléia", afirmou.

Rossoni fez críticas diretas à postura do TC, que em maio de 2007 julgou como irregular a prestação de contas referente ao convênio entre o DER-PR e a prefeitura de Londrina de 1999, quando era administrada por Belinati. No entanto, um ano depois o tribunal voltou atrás e liminarmente suspendeu a própria decisão. O relator, conselheiro Hermas Brandão, foi quem votou favoravel a liminar em favor de Belinati, tendo sido acompanhado pelos conselheiros Fernando Augusto Mello Guimarães e por Artagão Mattos Leão.

A curiosidade é que foi justamente Mattos Leão quem em 2007 enxergou irregularidade no convênio. "O interessado (Belinati) deixou de apresentar documentação capaz de comprovar a relação das despesas realizadas com o objeto do convênio (com o DER)", justificou o conselheiro.

O convênio, referente ao exercício de 1999, previa obras de melhorias e conservação de estradas rurais de Londrina. No entanto, um documento obtido pela Gazeta do Povo, o mesmo que os ministros do STF se debruçaram para cassar o registro da candidatura de Belinati, mostra que os R$ 150 mil foram depositados na conta bancária da Autarquia Municipal de Saúde – contrariando a informação da prefeitura de que o montante teria sido destinado para a conta do município.

Com indícios de desvio de verbas, a Promotoria de Defesa do Patrimônio Público de Londrina iniciou em outubro de 2007 uma investigação sobre o convênio, tendo como base a documentação enviada pelo TC. Os promotores apuraram que todos os R$ 150 mil foram pagos à Rodoticket Comércio e Administração Ltda., empresa responsável pelo fornecimento de combustível ao município de Londrina. A conclusão é que as notas fiscais apresentadas pela Rodoticket não tinham qualquer conexão com o convênio firmado com o DER.

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