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Flagrado colocando dinheiro de suposta propina nas meias, Leornardo Prudente (ao centro)  diz que não pode ser prejulgado | Elza Fiuza/ABr
Flagrado colocando dinheiro de suposta propina nas meias, Leornardo Prudente (ao centro) diz que não pode ser prejulgado| Foto: Elza Fiuza/ABr

Desapareceu

Escândalo some do site da OAB-DF

Notícias referentes ao escândalo envolvendo o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), desapareceram do site da OAB do DF. As páginas, que traziam reportagens sobre o escândalo do mensalão do DEM, sumiram dias após o novo presidente da entidade, Francisco Caputo, tomar posse do cargo. Caputo é membro do escritório de advocacia que defende Arruda.

Logo após o surgimento das imagens em que o governador aparece recebendo dinheiro do ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa, a OAB-DF, então presidida por Estefânia Viveiros, protocolou na Câmara Legislativa pedido de impeachment contra Arruda e de cassação dos deputados envolvidos no caso. Apesar de achar estranho o sumiço das notícias, Viveiros não quis comentar o fato.

Procurada, a assessoria da OAB-DF alegou que todo o site foi retirado do ar no último dia 5 para atualização de dados sobre a nova presidência. Disse, ainda, que o problema deve ter sido técnico, pois, "não houve nenhuma ordem para que as notícias referentes ao caso envolvendo Arruda fossem retiradas".

Folhapress

O deputado distrital Leonardo Prudente (ex-DEM), flagrado em vídeo colocando dinheiro de suposta propina nas meias, confirmou ontem em reunião informal com os integrantes da Mesa Diretora da Câmara Legislativa do Distrito Federal que ficará na presidência da Casa. Prudente disse que pretende conduzir com isenção o processo de impeachment contra o governador José Roberto Arruda (sem partido) e os processos de quebra de decoro parlamentar contra os colegas de Câmara Distrital acusados de envolvimento no suposto esquema de corrupção, que incluiu ele mesmo. "Ele disse que não pode ser prejulgado", contou o vice-presidente da Câmara local, o deputado Cabo Patrício (PT), que estava na reunião da Mesa Diretora: "Mas a imagem que fica é ruim para a Câmara".

Prudente afirmou a integrantes da Mesa Diretora que não há impedimento para que ele volte ao cargo porque ainda não foi julgado e, também, porque existe um parecer elaborado pela Procuradoria da Casa que não aponta irregularidade no seu retorno.

Prudente pediu licença do cargo por 60 dias alegando motivo de saúde e problemas pessoais. Segundo Patrício (PT), durante o encontro, todos os integrantes da Mesa Diretora fizeram um apelo para que Prudente se afastasse do comando da Casa. "Não só eu, como os outros deputados colocaram a necessidade dele se afastar para que as investigações sejam concluídas com isenção. O deputado colocou que vai permanecer porque tem condições de tocar os trabalhos normalmente", disse.

Em retaliação à volta do deputado das meias, a bancada do PT vai apresentar na próxima segunda-feira um requerimento para que o plenário da Casa decida sobre a permanência de Prudente na presidência. O voto será aberto.

O PT, contudo, se vê num impasse. A saída de Prudente só beneficiaria a oposição caso seja feita por meio de um afastamento. Nesse cenário, assumiria o comando da Casa o petista Cabo Patrício, vice-presidente. Caso Prudente renuncie à presidência, uma nova eleição será convocada – dando margem para que Arruda use a base aliada para eleger uma aliado.

Segundo a líder do PT na Câmara, Erika Kokay, Prudente não tem legitimidade para permanecer no comando da Casa. O deputado responde a processo por quebra de decoro parlamentar e é investigado pela Polícia Federal por ter sido supostamente beneficiado com propinas do mensalão distrital. "A volta do Leonardo é uma manobra do governador para tumultuar o processo", disse.

A Câmara retoma parte das atividades na próxima segunda-feira com a autoconvocação para dar início à CPI que vai investigar o suposto esquema de pagamento de propina e a análise de pedido de afastamento do governador Arruda.

Silêncio

Prudente não fala com a imprensa desde que se afastou da Câmara. Quando estourou a crise que abalou o governo de Arruda, o deputado disse que pôs o dinheiro na meia por segurança: "Eu recebi o dinheiro e coloquei nas minhas vestimentas em função da minha segurança porque não uso pasta". Segundo ele, o dinheiro era uma "ajuda financeira não contabilizada" para a campanha.

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