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O deputado federal Gustavo Fruet (PSDB-PR), membro da CPI dos Grampos da Câmara, sugere que os deputados estaduais do Paraná solicitem uma auditagem em todos os equipamentos capazes de fazer interceptação telefônica no estado. Com base em sua experiência na comissão federal, que tenta investigar irregularidades nos grampos realizados no país, Fruet diz que essa seria a única forma de se mensurar a quantidade de escutas no estado.

Essa é uma das dicas de Fruet para os integrantes da Comissão Especial de Investigação (CEI), que deve ser instalada na próxima semana na Assembléia Legislativa do Paraná para investigar os abusos no uso de escutas no estado.

Segundo Fruet, primeiramente é necessário quantificar o número de aparelhos. "Sabendo quantos são, o próximo passo é pedir a auditoria. Dentro dos aparelhos existe um sistema de auditagem. Não há como deletar ou excluir o histórico de telefones grampeados", afirma Fruet.

O deputado se colocou à disposição para colaborar com a comissão da Assembléia e adiantou que vai conversar com presidente da CPI da Câmara, Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), e com o relator, deputado Nelson Pellegrino (PT-BA), para estreitar o diálogo entre os deputados federais e estaduais.

Ele afirma ainda que vai encaminhar na próxima semana para a CPI dos Grampos a reportagem da Gazeta do Povo, publicada no último domingo, que mostra a falta de rigor no pedido e na autorização de escutas telefônicas legais no Paraná. "O mais preocupante é que o excesso do grampo acontece nas interceptações autorizadas pela Justiça. A reportagem expõe deficiências tanto na investigação quanto do Judiciário."

O que a reportagem mostrou, diz o deputado, pode estar acontecendo em outros estados do país. Para ele, isso é preocupante. "É preciso separar aquela (escuta) que é objeto da investigação e está cumprindo os prazos de renovação, daquela que se chama de barriga de aluguel. Ou seja, quando a autoridade policial pede o monitoramento de determinados números, mas inclui, ao apresentar o pedido ao magistrado, uma outra relação de números (telefônicos)", disse.

Fruet afirma ainda que seria interessante que os deputados estaduais pedissem informações para a Secretaria Estadual da Segurança e para a Polícia Federal do Paraná sobre o controle de grampos. E sugere que o Ministério Público participe das investigações.

Já o autor do pedido de criação da CEI na Assembléia, Fabio Camargo (PTB), se reuniu ontem com o presidente da Associação dos Magistrados do Paraná, Miguel Kfouri Neto, para pedir a participação de um representante da entidade durante os trabalhos da comissão.

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