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O apoio do PSDB ao líder do Governo na Câmara e candidato à presidência da Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP), provocou uma divisão entre os tucanos. O deputado eleito Paulo Renato Souza (PSDB-SP) já protocolou junto à direção do partido requerimento para que a decisão seja tomada em reunião da bancada.

- Quando saímos do PMDB e fundamos o PSDB foi justamente porque as decisões não eram tomadas de forma democrática e não podemos aceitar esta que foi uma decisão não democrática. Esta decisão foi uma incompreensão do momento vivido pelo Congresso e representa uma ponte para o autoritarismo - afirmou Paulo Renato.

A decisão foi tomada pelo líder do PSDB Jutahy Júnior (BA) após consultas telefônicas aos 65 parlamentares da bancada. Paulo Renato disse ter conversado com parlamentares, ontem e hoje, que demonstraram "profunda insatisfação" com o mecanismo de escolha adotado por Jutahy Júnior. O deputado estranhou o fato de o líder tucano ter marcado uma reunião da bancada para o dia 31 de janeiro e anunciar, agora, o apoio oficial do PSDB a Chinaglia.

- Ele não tem autonomia para tomar uma decisão como esta, mesmo porque não será mais líder em 1º de fevereiro - argumentou o deputado eleito, que defende a chamada "terceira via" e apóia a estratégia de manter a candidatura de um terceiro nome. - Mesmo porque, na reunião que fizemos em São Paulo, estavam presentes sete deputados do PSDB que apóiam este caminho.

Qualquer acordo, acrescentou Paulo Renato, só pode ser avaliado num eventual segundo turno das eleições para a presidência da Câmara. O deputado Raul Jungmann (PPS-PE), um dos articuladores da "terceira via", disse que está mantida a reunião da próxima terça-feira para anunciar o nome que representará o grupo suprapartidário na eleição para a presidência da Câmara.

- Por enquanto, até se resgatar os valores desta Casa, a "terceira via" continuará existindo - afirmou Jungmann.

Quanto ao PSDB, Jungmann disse que foi autorizado a dizer que não só o deputado Paulo Renato continuará defendendo a proposta, mas também os deputados Sílvio Torres (SP), José Aníbal (SP) e Gustavo Fruet (PR).

- Alguns deputados do PSDB se sentiram constrangidos por um processo de consulta, mas não vou me imiscuir numa decisão de outro partido - ressaltou.

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