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Brasília (AE) – O Conselho de Ética da Câmara decidiu ontem adiar para março do próximo ano a conclusão dos processos de cassação em análise pelo colegiado. O anúncio do adiamento foi feito pelo presidente do conselho, Ricardo Izar (PTB-SP), depois de considerar que não haverá convocação extraordinária do Congresso no mês de janeiro, exigência regimental para que o colegiado funcione. O conselho vai trabalhar até a quinta-feira da próxima semana ouvindo depoimentos de testemunhas e de deputados. Nem mesmo o relatório do processo contra o deputado Roberto Brant (PFL-MG), já entregue ao conselho pelo relator Nelson Trad (PMDB-MS), será lido e votado.

"Vamos nos organizar assim: no começo de março liquidamos todos os processos", anunciou Izar na reunião de ontem convocada para ouvir o depoimento do deputado Vadão Gomes (PP-SP), acusado de envolvimento no esquema chamado de ‘mensalão’, que não apareceu e não deu justificativa para a ausência. O calendário do conselho será revisto no caso de decisão pela convocação extraordinária.

Até agora, não há entendimento entre os líderes partidários e o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), sobre a convocação extraordinária do Congresso no mês de janeiro para o prosseguimento dos processos de cassação. "O pessoal não quer se desgastar junto à opinião pública", afirmou Izar.

Aldo não está disposto a assumir sozinho o desgaste de pagar ajuda de custo para que os deputados e os senadores trabalhem em janeiro. A convocação significa o pagamento de dois salários extras, ou seja, R$ 25.694 além do salário normal para cada um dos 513 deputados e cada um dos 81 senadores, além do pagamento de extras para os servidores das duas Casas. "Não tem nada decidido. Vamos decidir isso até o dia 15 em acordo com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e os líderes", afirmou Aldo.

"Estamos analisando um desvio de dinheiro no chamado valérioduto de R$ 55 milhões. Não justifica gastarmos R$ 50 milhões para tratar de deputados acusados de envolvimento nesta operação", avaliou o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), fazendo cálculos de custo dos trabalhos no recesso.

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