Professores comemoraram o fim da comissão geral na Assembleia Legislativa.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Por unanimidade dos 45 deputados presentes em plenário, a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) aprovou nesta quarta-feira (4), em primeira discussão, o fim do regime de comissão geral, o “tratoraço” – quando todas as votações de um projeto ocorrem às pressas, num único dia. A votação da proposta, acompanhada das galerias por centenas de professores, deve ser concluída na semana que vem.

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Com isso, todos os projetos terão obrigatoriamente de passar pelas comissões permanentes da Casa antes de chegarem ao plenário. A ideia é alterar, posteriormente, o regimento interno fixando prazos máximos de tramitação para propostas consideradas urgentes.

A decisão de acabar com a comissão geral foi tomada depois de toda a polêmica envolvendo o “pacotaço” do governo do estado enviado à Assembleia há cerca de um mês. Entre os parlamentares, é praticamente unanimidade que foi o tratoraço ordenado pelo Executivo para a tramitação dos dois projetos de austeridade a gota d’água para que os servidores invadissem o prédio do Legislativo e impedissem a votação.

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Além dos cortes em benefícios do funcionalismo previstos originalmente pelas propostas, os servidores reclamavam justamente da falta de debate em torno do tema, que seria votado – e certamente aprovado – em menos de uma semana.

O mais curioso, porém, é que os mesmos 34 deputados que votaram a favor do tratoraço do governo assinaram o projeto para acabar com a comissão geral. Uma outra proposta idêntica foi apresentada pela bancada de oposição, com 16 assinaturas, e anexada ao projeto da base governista.

Mudanças no regimento

Em paralelo ao fim do tratoraço, a Assembleia decidiu instalar uma nova comissão para revisar o regimento interno do Legislativo, que não é remodelado desde 1990. O grupo terá como base um documento elaborado em 2014 por uma comissão que revisou todo o regramento da Casa e propôs mudanças.

Em meio a um ano eleitoral, porém, as propostas não foram colocadas em votação. Entre elas, estavam a proibição da reeleição para a Mesa Diretora e o fim de três dos nove cargos da Mesa – o de 3.º vice-presidente e as 4.ª e 5.ª secretarias –, que são apenas figurativos, mas contam com verbas e cargos. A comissão terá seis meses de trabalho, prorrogáveis por mais três.